Humor Brasileiro

Tutuca, a voz de serrote

Lucio Mauro

Nome: Ulisver João Baptista Linhares
Nascimento= 15/10/1932-RJ
Falecimento = 03/12/2015-RJ

1960 Tutuca crooner de boateSeu nome surgiu de forma inusitada: quando nasceu, cada um da família queria que tivesse um nome. Como não chegavam a um acordo, resolveram pôr todas as letras do alfabeto numa caixinha e sortear. Um por um dos sete parentes mais próximos sortearam as letras u-l-i-s-v-e-r e daí o seu nome de batismo: Ulisver. Segundo a Revista do Rádio de 1960, quando pequeno, Ulisver foi apelidado de Tutuca por suas tias em virtude do cabelo comprido que usava. Tendo feito o curso científico, ele tinha a intenção de ser médico, mas – ao que tudo indica – o amor teria entrado em sua vida e mudado o seu caminho. Já casado e com uma filhinha chamada Elizabeth, Tutuca trabalhou por um tempo como propagandista de produtos farmacêuticos. Isso foi até o dia em que resolveu acompanhar um primo a rádio onde trabalhava. A rádio era a Tupi-RJ e o primo era Wellington Botelho, que já era sucesso em rádio como cantor e comediante.

Wellington Botelho,

Wellington Botelho,

Apresentado por Wellington, Tutuca fez teste como cantor e foi aprovado. Começou a participar de programas musicais, porém recebendo apenas cachê. Um dia (segundo Tutuca, por uma sugestão de Max Nunes) ele resolveu cantar de forma diferente, usando modulação de voz, algo parecido como uma “taquara rachada”. NO meio da música Tutuca resolveu botar um “xiiiiiii”com várias modulações. O resultado foi o riso incontido do público. Surgia ali o comediante Tutuca, o homem da voz de serrote, como foi apelidado.

Revista do Rádio - 1960

Revista do Rádio – 1960

Max Nunes, com seu eterno olho clínico, viu o potencial do artista e sugeriu que a emissora o contratasse como comediante. Era o ano de 1957 e junto com o contrato Tutuca ganhava ali outro presente: um personagem criado por Max Nunes: o Lambretildo, seu primeiro personagem de sucesso, para o programam Sequência G-3.

O 1º personagem na carreira

O 1º personagem na carreira

Lambretildo era um garoto que punha qualquer adulto em confusão.

Tutuca e Otávio França na Rádio Tupi - 1957

Tutuca e Otávio França na Rádio Tupi – 1957

Tutuca passou pelas rádios mais importantes dos anos 50 e 60.1957 Tutuca na Tupi1958 Tutuca na Mayrink1958 Tutuca Varandão1959 Tutuca no Miss Campeonato Ali surgiram personagens como Fofoquinha, Filhinho do Papai, Papinho, o Madureira (em Miss Campeonato) e Garçom Crooner. 1963 Tutuca 11963 Tutuca 2

O garçom crooner, o homem da voz de serrote

O garçom crooner, o homem da voz de serrote

Do rádio para a televisão foi um caminho natural. Ele participou dos grandes sucessos da televisão brasileira sempre com muito destaques.

Tutuca em Praça Onze - 1964

Tutuca em Praça Onze – 1964

Tutuca e Paulo Gracindo em Noites Cariocas - 1964

Tutuca e Paulo Gracindo em Noites Cariocas – 1964

Tutuca,  (à esquerda) como engraxate em Noites Cariocas - 1964

Tutuca, (à esquerda) como engraxate em Noites Cariocas – 1964

Um de seus personagens mais marcantes foi o Clementino, um faxineiro desligado que nunca percebia que as mulheres davam em cima dele. O esquete do Clementino era sempre finalizado com o bordão “ah, se ela me desse bola!”, que logo caiu na boca do povo. Mas, apesar do sucesso como comediante e humorista (com o tempo, ele passou a escrever os próprios textos) Tutuca nunca abandonou a música. Para o carnaval de 1962 ele lançou duas marchinhas que fizeram relativo sucesso. Uma delas era “Minha Renúncia” numa alusão direta à atitude do ex-presidente Jânio Quadros seis meses antes.

1962 Tutuca renúncia Por outro lado, houve vezes em que resolveu lembrar dos tempos de cantor romântico, chegando mesmo a gravar canções de Roberto Carlos.1965 Tutuca canta Roberto Carlos 2 Como não poderia deixar de ser, Tutuca fez shows em boates e em teatro, tanto em revista como comédia (foi quando surgiu o personagem gay do Magnólio, que anos depois seria apresentado em A Praça é Nossa como a única testemunha de um crime). Também fez cinema, tendo participado de filmes como “O home m do Sputinik”, “O homem que roubou a copa do mundo”, “Bom mesmo é carnaval”  e mais recentemente em “Os Normais, o filme”.

Tutuca e Marisa Orth em cena de "Os  Normais, o filme"

Tutuca e Marisa Orth em cena de “Os Normais, o filme”

No final dos anos 80 Tutuca voltaria a fazer muito sucesso em A Praça É Nossa com o personagem “Chefinho” que tudo permitia à secretária Dona Dadá em detrimento do funcionário exemplar Seo Menezes. “Tadinha dela, seo Menezes”, dito com sua inconfundível voz em falsete, foi uma das frases mais marcantes do humor no final dos anos 80.

Tutuca, Marriete e Aldo César no quadro do "Chefinhoi" - A Praça é Nossa

Tutuca, Marriete e Aldo César no quadro do “Chefinhoi” – A Praça é Nossa – 1999

Felipe Levoto, Tutuca e Aldo César no quadro "Magnólio" - A Praça é Nossa

Felipe Levoto, Tutuca e Aldo César no quadro “Magnólio” – A Praça é Nossa

Tutuca e Camila Pollentini no quadro "Clementino" em A Praça é Nossa

Tutuca e Camila Pollentini no quadro “Clementino” em A Praça é Nossa

Nos últimos anos Tutuca esteve impossibilitado de trabalhar desde que sofreu um AVC. Um amigo nosso, o também comediante Maurício Manfrini (o Paulinho Gogó, de A Praça é Nossa), telefonou para saber como ele estava.

Maurício Manfrini (Paulinho Gogó)

Paulinho Gogó

O diálogo do telefonema foi assim:
— E aí, Tutuca? Como é que você tá?
— Tá tudo bem, meu filho.
— Me diz aí, como foi que aconteceu o AVC?
— Ah, foi simples. Eu tava em casa sem porra nenhuma para fazer, aí pensei “ah, acho que vou ter um AVC”.
E os dois começaram a gargalhar.

Abaixo a relação de alguns dos programas de rádio e tv em que Tutuca participou:

Sequência G-3 – Rádio Tupi-Rio

Boate do Ali Babá – Rádio Tupi-Rio

Miss Campeonato – Rádio Mayrink Veiga

A cidade se diverte – Rádio Mayrink Veiga

Vai da valsa – Rádio Mayrink Veiga

Cordão dos Chaleiras – Rádio Mayrink Veiga

Ali Babá e os 40 Garçons – Rádio Mayrink Veiga

Risos e Melodias – Rádio Mayrink Veiga

Boate do Ali Babá – TV Tupi-Rio

O Riso é o limite – TV Rio

Praça Onze – TV Rio

Noites Cariocas – TV Rio

Marmelândia – TV Tupi-Rio

Rua da Alegria – Rádio Tupi-RJ

São Paulo se diverte – TV Excelsior

Show Riso – TV Excelsior

Condomínio da alegria – TV Excelsior

Humor em Bossa Nove – TV Continental

VIP Show – TV Rio

Rio Ri À Toa – TV Rio

TV Rio Riso – TV Rio

Paulo Gracindo Show – TV Rio

Praça da Alegria – TV Rio

Bairro Feliz – TV Globo

Edifício Balança, mas não cai – TV Globo

Alô, Brasil; aquele abraço – TV Globo

Faça humor, não faça guerra – TV Globo

Risoteque 78 – TV Tupi

Pisulino – TV Tupi-SP

Café sem concerto – TV Tupi-SP

Apertura – TV Tupi

Reapertura – SBT

A Praça é Nossa – SBT

Zorra Total – TV Globo

Clique no link e assista a um esquete de Tutuca (com a participação de Beto Guarani e Rosana Moreira) em A Praça é Nossa, no 2000, interpretando o faxineiro Clementino.

 

 

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Mauro Maurício, o homem do “R” fatal

Mauro Maurício

O comediante pernambucano Carlos Leite (1939-1991) trabalhou em teatro, cinema e televisão. Participou de vários programas na TV Globo (Balança, Satiricom, Faça Humor Não Faça Guerra, Planeta dos Homens) m , tendo feito muito sucesso com o personagem Beleza, criado por Chico Anysio para o programa Chico City.

Carlos Leite, o Beleza de Chico City

Carlos Leite, o Beleza de Chico City

Em 1989 foi contratado para A Praça é Nossa onde começou com o personagem do Metaleiro.

Carlos Leite, o Metaleiro de A Praça é Nossa

Carlos Leite, o Metaleiro de A Praça é Nossa

 Em 1990 estourou com o personagem Mauro Maurício, uma criação em parceria dele comigo. 

Mauro Maurício e seu empresário Oliveira (José Miziara)

O empresário Oliveira (José Miziara) e o “astro” Mauro Maurício (Carlos Leite)

Mauro Maurício era um personagem com figurino e topete ao estilo Elvis Presley, que tinha uma característica peculiar na fala: em toda letra R ele dava um soquinho.
Mauro Maurício achava-se o máximo como ator, locutor, apresentador, etc. Ele tinha em seu empresário Oliveira (interpretado por José Miziara) que, além de ser o seu maior fã, era quem tentava “vender” Mauro Maurício para o meio artístico.
Este personagem foi criado por nós durante uma viagem do show da Praça. Carlos Leite começou a falar a palavra Arariboia dando soquinho nos erres. Todo mundo riu. Sugeri que ele cantasse o trecho de Romaria de Renato Teixeira: “sou caipira pirapora nossa, senhora de aparecida…” Ele cantou e foi uma gargalhada geral. Comecei, então, a incentivar a criação de um personagem. Nome? Mauro Maurício, disse ele. Onde nasceu? Araraquara, disse eu. Prato predileto? Pirarucu com farofa. Quando voltamos da viagem eu já tinha a estrutura do personagem. Criei o apoio, o empresário Oliveira (interpretado por José Miziara), que era para preservar Carlos Leite e ele poder dar as falas com as palavras que continham R. Há que se lembrar que estamos falando de 1990. Não havia internet para pesquisar. Era pegar o dicionário e folhear, folhear, folhear e ir catando palavras com R intermediário. Palavras como piroga, arara, pururuca, sururu, bororó, ariranha, etc. Depois de colhidas as palavra é que eu criava o contexto do esquete.
Carlos Leite era um comediante sensacional, engraçadíssimo, mas extremamente inseguro. Ceta vez, durante a gravação (com plateia, não era claque) ele disse ao diretor que iria entrar cantando uma música de improviso. O diretor aceitou. O personagem estava no auge. Carlos Leite entrou. Aplausos gerais. Ele vem cantando e, de repente, para. Trava. Olha para o público e diz: “Desculpem Errei o improviso”. Falou sério porque era isso mesmo que estava sentindo. O público, explodiu em gargalhada e começou a aplaudir em cena aberta pensando que fosse piada. Mas não era. Carlos Leite foi o único comediante da história do humor brasileiro a errar um improviso. Em 1990, no programa  A Praça é Nossa, Mauro Maurício – através de seu empresário Oliveira – tentava convencer o cantor e apresentador Ronnie Von a fazer uma parceria artística. Clique no player e assista Mauro Maurício, em A Praça é Nossa de 1990,  infernizando o cantor e apresentador Ronnie Von.

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Fafy Siqueira / Marylin Monroe

Fafy Siqueira mARYLIN moNROE

Seu nome de batismo é Fátima Figueiredo, mas todos a conhecem como Fafy Siqueira. É uma das artistas mais completas: atriz, humorista, comediante, cantora, compositora e diretora. Começou como cantora, mas aos poucos foi dando espaço para a atriz, a compositora, a comediante. Fafy Siqueira – que em 2002 comandou  na TV Cultura o “Alô Alô”, programa solo – é uma das poucas comediantes com talento para imitação. Estão em sua lista de excelentes imitações: Roberto Carlos, Golias, Chacrinha, Alcione e Xuxa.  

Fafy Siqueira imitando Roberto Carlos, Golias e Chacrinha

Fafy Siqueira imitando Roberto Carlos, Golias e Chacrinha

Além de sucesso em teatro e em novelas, Fafy Siqueira sempre se destacou em programas de humor. Dona Jupira  (A Praça é Nossa / Escolinha do Prof. Raimundo / Zorra Total), uma portuguesa extremamente brava, e que costuma levar as frases ao pé da letra, é um de seus principais personagens. Outros são a cantora brega Gardêniia Alves; o eterno calouro Diamantino; Dona Zulmira, dona de uma banca de jornal, que costuma confundir-se com artistas… Clique no player e assista Fafy Siqueira como Dona Jupira, travestida de Marylin Monroe, contracenando com Carlos Alberto de Nóbrega, durante o 2º aniversário de A Praça é Nossa, em 1989.  

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O mendigo de Jorge Loredo

Jorge Loredo e Manoel de Nóbrega na Praça

Em 1959 “Praça da Alegria”, comandada por Manoel de Nóbrega, já era sucesso na TV Paulista – Canal 5. No mesmo ano, Nóbrega a o elenco de Praça da Alegria foram contratados para apresentar o mesmo programa na TV Rio – Canal 13.

Revista do Rádio 1959

Revista do Rádio 1959

Entretanto, um dos comediantes não pôde (ou não quis) acompanhar o elenco. Era Borges de Barros, que interpretava um mendigo com ares e papos de megalomania. Seu personagem sempre saudava Nóbrega de forma polida: “como vai, meu caro colega?” 

Manoel de Nóbrega e Borges de Barros

Manoel de Nóbrega e Borges de Barros

Como o personagem era importante para o programa, seria preciso encontrar outro comediante que pudesse interpretá-lo.  Nóbrega soube, então, de um comediante descoberto por Chico Anysio, chamado Jorge Loredo. O magricela Loredo iniciava a caminhada com o personagem Zé Bonitinho. Loredo foi apresentado a Nóbrega, que – com seu olho clínico – logo percebeu que ali estava o comediante de quem precisava. Convite feito; convite aceito. Loredo, no entanto, fez um pedido: gostaria de compor o personagem de forma levemente distinta do que Borges compusera em São Paulo. Nóbrega aceitou com a condição de que não se alterasse a essência do personagem. Assim Jorge Loredo compôs um mendigo estiloso, que usava monóculo, polainas rasgadas, e pronunciava algumas palavras ora em inglês, ora em francês. Iniciava seu diálogo com Nóbrega chamando-o de “Nobre Amigo”.

Manoel de Nóbrega e Jorge Loredo - 1959

Manoel de Nóbrega e Jorge Loredo – 1959

 O sucesso de Jorge Loredo em Praça da Alegria, no Rio, foi imediato e tão grande que fez com que outros programas convidassem o personagem para participações especiais. Isso não só atraía público, mas também importantes convidados. Um exemplo está na presença do colunista social Ibrahim Sued e das irmãs Márcia e Maria Stella, filhas do presidente Juscelino Kubitscheck (padrinho de casamento de Jorge Loredo) na participação de um esquete com o famoso mendigo.

Jorge Loredo, Márcia Kubitscheck,  Ibrahim Sued e Maria Stella Kubitscheck.

Jorge Loredo, Márcia Kubitscheck, Ibrahim Sued e Maria Stella Kubitscheck.

Numa entrevista à Revista do Rádio, em 1960, Jorge Loredo chegou a relatar  como se inspirara para criar o personagem do Nobre Amigo.

Revista do Rádio - 1960

Revista do Rádio – 1960

Dessa forma, a “Praça da Alegria” ficou com dois mendigos: Borges, em São Paulo, e Loredo, no Rio. Depois da morte de Manoel de Nóbrega, quando em 1977 a TV Globo resolveu reeditar o programa numa espécie de homenagem póstuma, foi Jorge Loredo o convidado a interpretar o célebre mendigo.

1977 - TV Globo - Loredo é o 5ºem pé da dir p/ esq

1977 – TV Globo – Loredo é o 5º em pé da direita para esquerda

Luís Carlos Miele e Jorge Loredo - Praça da Alegria - TV Globo - 1977

Luís Carlos Miele e Jorge Loredo – Praça da Alegria – TV Globo – 1977

Clique no player e reveja o Mendigo criado por Jorge Loredo, contracenando com Vianna Jr.  dentro do programa Show Riso, do SBT, em 1982.

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Osvaldo Molles

Osvaldo Moles 1963 autografando seu livroNome completo: Osvaldo Molles
Nascimento 14/03/1913 – Santos – SP
Falecimento 14/05/1967 – São Paulo – SP

Com apenas 15 anos Osvaldo Molles percebeu que poderia ganhar a vida escrevendo. E foi em jornal que ele decidiu inciar sua caminhada na vida escritor. Primeiro passou pelo Diário Nacional, como repórter, e depois pelo São Paulo -Jornal,  como cronista. Ao mesmo tempo em que trabalhava, estudava idiomas e Quínica. Completada a maioridade foi trabalhar em Salvador e um ano depois já era secretário do jornal “Estado da Bahia”, que foi obrigado a deixar ao participar de um congresso conhecido como Congresso dos Homens Sem Deus.
De volta a São Paulo, trabalhou como redator no Correio Paulistano até que em 1937 iniciou sua carreira radiofônica na PRG-2, Rádio Tupi de São Paulo. Na Tupi, Osvaldo Molles começou como locutor, passando logo em seguida para redator de comerciais. Sua primeira produção radiofônica foi um programa de carnaval no qual, além de escrever e produzir, ele também cantava. Em 1940 Molles começou a escrever para a revista Bom Humor juntamente com Walter Foster, Pagano Sobrinho e Zé Fidelis (os dois últimos seriam, mais tarde, seus companheiros de emissora). A especialidade de Molles era fazer graça a partir de fatos reais. Em seu livro “Dá Licença de Contar”, Ayrton Mugnaini Jr. relata um texto que foi publicado em 1946:
“E na noite em que Lady Godiva atravessou, esplendorosamente nua, em seu cavalo branco, na cidade de Coventry todos fecharam as suas portas… mas as lojas de ferragens esgotaram seus estoques de puas e verrumas”.
Da Rádio Tupi Osvaldo Molles transferiu-se para a PRB-9, Rádio Record. Foi nessa emissora que ele iniciou a criação de uma infindável série de programas, em sua maioria,  humorísticos.

Folha da Noite - 1941

Folha da Noite – 1941

E não tardou a surgir seu primeiro grande sucesso: A Casa da Sogra, que ficou por cinco anos no ar.

Folha da Manhã - 1941

Folha da Manhã – 1941

Nos anos seguintes, outros sucessos de público foram emplacados.

Folha da Noite - 1947

Folha da Noite – 1947

Folha da Noite - 1948

Folha da Noite – 1948

Mostrando criatividade eclética, Molles também começava a se notabilizar pela criação de programas dramáticos. E sempre com total sucesso.

Revista do Rádio - 1949

Revista do Rádio – 1949

Revista do Rádio - 1950

Revista do Rádio – 1950

Revista do Rádio - 1950

Revista do Rádio – 1950

Nessa época, Osvaldo Molles já era considerado um dos maiores nomes do rádio paulista.

Osvaldo Molles - 1950

Osvaldo Molles – 1950

Em 1951 Osvaldo Molles vai para a PRH-9, Rádio Bandeirantes. Durante os quatro anos que ali permaneceu, criou, escreveu e produziu um série diversificada de programas.

Revista do Rádio - 1951

Revista do Rádio – 1951

Revista do Rádio - 1951

Revista do Rádio – 1951

Cinelândia - 1952

Cinelândia – 1952

Revista do Rádio - 1952

Revista do Rádio – 1952

Sua intensa produção o levou a todos os prêmios do radialismo, sobretudo o Troféu Roquette Pinto, uma espécie de Oscar do rádio e televisão.

Revista do Rádio - 1954

Revista do Rádio – 1954

 A criação de Molles incluía programas musicais, variedades e debates. 

Revista do Rádio 1954

Revista do Rádio 1954

Revista do Rádio 1954

Revista do Rádio 1954

Chegando ao seu ponto máximo num programa exclusivamente dedicado à literatura brasileira. 

Revista do Rádio 1954

Revista do Rádio 1954

Mas sem nunca abandonar o humor; muitas vezes utilizando-se do trocadilho, como a brincadeira com o nome do jornal O Estado de São Paulo, traduzido para o Estalo de São Paulo.

Revista do Rádio 1955

Revista do Rádio 1955

. Seus trabalhos movimentavam todo o cast da emissora em que estivesse trabalhando.

Molles e elenco da Rádio Bandeirantes

Molles e elenco da Rádio Bandeirantes

E movimentava também os companheiros de escrita. 

Osvaldo Molles e Irvando Luiz

Osvaldo Molles e Irvando Luiz

Em meados de 1955 ele retornava à Rádio Record em grande estilo. 

Revista do Rádio 1955

Revista do Rádio 1955

Revista do Rádio 1955

Revista do Rádio 1955

Revista do Rádio 1956

Revista do Rádio 1956

Revista do Rádio 1956

Revista do Rádio 1956

Sua produção ia além dos microfones da PRB-9, alcançando também as câmeras da TV Record. 

Revista do Rádio 1956

Revista do Rádio 1956

Revista do Rádio 1956

Revista do Rádio 1956

Foi ainda em 1956 que Molles criou para o rádio um programa que cujos personagens iriam cair na graça do público. 

Revista do Rádio 1956

Revista do Rádio 1956

Bangalôs e Malocas trazia Zé Conversa (Adoniran Barbosa) e Catarina (Maria Amélia) como personagens principais. 

Imagem captada do livro "Dá licença de contar", de Ayrton Mugnaini Jr.

Imagem captada do livro “Dá licença de contar”, de Ayrton Mugnaini Jr.

Bangalôs e Malocas teria seu título alterado para História das Malocas, que tornou-se um dos principais programas criados por Molles. Charutinho (Adoniran Barbosa), Pafunça (Maria Amélia) e Terezoca (Maria Tereza) rapidamente tornaram-se ídolos do rádio paulista. 

Revista do Rádio 1957

Revista do Rádio 1957

Adoniran (Charutinho) e Maria Amélia (Pafunça) 1957

Adoniran (Charutinho) e Maria Amélia (Pafunça) 1957

Maria Tereza (Terezoca) 1957

Maria Tereza (Terezoca) 1957

E sua produção não para tanto em rádio quanto em TV.

Revista do Rádio 1957

Revista do Rádio 1957

Revista do Rádio 1957

Revista do Rádio 1957

Revista do Rádio 1957

Revista do Rádio 1957

Folha da Manhã 1957

Folha da Manhã 1957

O programa Dicionário de Gírias foi tão bem aceito pelo público e pelos patrocinadores que lhe valeu um troféu extra.

Revista do Rádio 1957

Revista do Rádio 1957

 Falando em troféu, em 1958, Osvaldo Molles chegava ao 9º Troféu Roquette Pinto consecutivo. 

Revista do Rádio 1959

Revista do Rádio 1959

Molles, Thalma de Oliveira e Walter Jr. na entrega do Roquette Pinto

Molles, Thalma de Oliveira e Walter Jr. na entrega do Roquette Pinto 1958

Os anos 60 não tiraram de Osvaldo Molles a paixão por criar programas e personagens.

Revista do Rádio 1960

Revista do Rádio 1960

Osvaldo Moles 1962

Revista do Rádio 1961

Revista do Rádio 1961

Revista do Rádio 1961

Revista do Rádio 1965

Revista do Rádio 1965

Os seguidos sucessos de Molles no rádio e na tv evidenciavam a sua parceria com Adoniran Barbosa. Ele foi o que melhor soube escrever textos humorísticos para Adoniran Barbosa.

Osval Molles e Adoniran Barbosa

Osval Molles e Adoniran Barbosa

Tanto é verdade que dessa parceria resultaram composições musicais , tais como “Ai, Guiomar”, “O casamento do Moacir”, “Pafunça”, “Sai água da minha boca”, “Segura o apito”… Segura o apito 3
E a antológica “Tiro ao Árvaro”. tiro ao árvaroEm 1959, Osvaldo Molles (que não tinha carro) foi contemplado com um Renault Dauphine num sorteio ocorrido na entrega do Troféu Roquette Pinto (em sua carreira, foram 11 troféus recebidos) . Ele levou muito tempo para sair com o carro, pois não estava acostumado a dirigir. Quando passou a fazê-lo, pedia a quem estivesse ao seu lado para que não falasse durante o trajeto para não distraí-lo. Um dia, deu carona a um colega e fez o tal pedido. NO meio do caminho o colega perguntou::
— Molles, por que você não gosta que o passageiro fale enquanto você dirige?
E Molles, que embora fosse criador de humor era um cara muito sério, mandou essa:
— Mania. No carro que antes eu dirigia nenhum passageiro falava comigo.
— Que carro era?
— Carro funerário.
Infelizmente, o suicídio em 1967 viria a pôr um fim na história daquele que, possivelmente, melhor tenha compreendido o rádio e o ouvinte paulistano.
Clique no player e ouça um trecho do famoso programa “História das Malocas” com Adoniran Barbosa e Maria Tereza interpretando o texto de Osvaldo Molles.

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