Mauro Maurício, o homem do “R” fatal

Mauro Maurício

O comediante pernambucano Carlos Leite (1939-1991) trabalhou em teatro, cinema e televisão. Participou de vários programas na TV Globo (Balança, Satiricom, Faça Humor Não Faça Guerra, Planeta dos Homens) m , tendo feito muito sucesso com o personagem Beleza, criado por Chico Anysio para o programa Chico City.

Carlos Leite, o Beleza de Chico City

Carlos Leite, o Beleza de Chico City

Em 1989 foi contratado para A Praça é Nossa onde começou com o personagem do Metaleiro.

Carlos Leite, o Metaleiro de A Praça é Nossa

Carlos Leite, o Metaleiro de A Praça é Nossa

 Em 1990 estourou com o personagem Mauro Maurício, uma criação em parceria dele comigo. 

Mauro Maurício e seu empresário Oliveira (José Miziara)

O empresário Oliveira (José Miziara) e o “astro” Mauro Maurício (Carlos Leite)

Mauro Maurício era um personagem com figurino e topete ao estilo Elvis Presley, que tinha uma característica peculiar na fala: em toda letra R ele dava um soquinho.
Mauro Maurício achava-se o máximo como ator, locutor, apresentador, etc. Ele tinha em seu empresário Oliveira (interpretado por José Miziara) que, além de ser o seu maior fã, era quem tentava “vender” Mauro Maurício para o meio artístico.
Este personagem foi criado por nós durante uma viagem do show da Praça. Carlos Leite começou a falar a palavra Arariboia dando soquinho nos erres. Todo mundo riu. Sugeri que ele cantasse o trecho de Romaria de Renato Teixeira: “sou caipira pirapora nossa, senhora de aparecida…” Ele cantou e foi uma gargalhada geral. Comecei, então, a incentivar a criação de um personagem. Nome? Mauro Maurício, disse ele. Onde nasceu? Araraquara, disse eu. Prato predileto? Pirarucu com farofa. Quando voltamos da viagem eu já tinha a estrutura do personagem. Criei o apoio, o empresário Oliveira (interpretado por José Miziara), que era para preservar Carlos Leite e ele poder dar as falas com as palavras que continham R. Há que se lembrar que estamos falando de 1990. Não havia internet para pesquisar. Era pegar o dicionário e folhear, folhear, folhear e ir catando palavras com R intermediário. Palavras como piroga, arara, pururuca, sururu, bororó, ariranha, etc. Depois de colhidas as palavra é que eu criava o contexto do esquete.
Carlos Leite era um comediante sensacional, engraçadíssimo, mas extremamente inseguro. Ceta vez, durante a gravação (com plateia, não era claque) ele disse ao diretor que iria entrar cantando uma música de improviso. O diretor aceitou. O personagem estava no auge. Carlos Leite entrou. Aplausos gerais. Ele vem cantando e, de repente, para. Trava. Olha para o público e diz: “Desculpem Errei o improviso”. Falou sério porque era isso mesmo que estava sentindo. O público, explodiu em gargalhada e começou a aplaudir em cena aberta pensando que fosse piada. Mas não era. Carlos Leite foi o único comediante da história do humor brasileiro a errar um improviso. Em 1990, no programa  A Praça é Nossa, Mauro Maurício – através de seu empresário Oliveira – tentava convencer o cantor e apresentador Ronnie Von a fazer uma parceria artística. Clique no player e assista Mauro Maurício, em A Praça é Nossa de 1990,  infernizando o cantor e apresentador Ronnie Von.

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