Humor Brasileiro

Amândio, o eclético

Amândio Silva Filho

Nome completo: Antônio Amândio Alves da Silva Filho
25/11/1926 – Belém – PA
1993 – Rio de Janeiro – RJ

 7 Dias Na TV 1957

7 Dias Na TV 1957

“Nasci em Belém do Pará, o qual não conheço, pois de lá me tiraram aos dois anos de idade, sem meu consentimento”. Foi desta forma que Amândio escreveu em pequena autobiografia no nº 252 da revista 7 Dias Na TV, de 1957.
Amândio começou a estudar teatro no Teatro do Estudante do Rio Grande do Sul. Paralelo aos estudos conseguiu espaço como locutor na Rádio Farroupilha e como redator do Diário de Notícias, chegando, inclusive, a ser crítico de artes.
No início dos anos 50, aceitou o convite do diretor teatral Luís Tito e mudou-se para São Paulo onde foi apresentado a Júlio Gouveia, então produtor da TV Tupi. No programa infantil comandado por Vera Nunes fez sua estreia na TV, ao lado de Heleninha Silveira, Guilherme Corrêa e Lires Castelani.
No teatro, participou da companhia de Maria Della Costa e logo em seguida fez dois anos de teatro de revista, sendo um como primeira figura masculina e outro como diretor. É nesse período que forma dupla de comediantes com Dorinha Durval sempre com grande êxito.
Porém, foi na televisão que seu nome começou a despontar, conseguindo desenvolver excelentes personagens cômicos.

7 Dias Na TV - 1958

7 Dias Na TV – 1958

Na TV Tupi ele era costumeiramente convidado para integrar o elenco do TV de Comédia e diversos programas e shows da emissora. Em 1957 o jornal Folha da Noite o classifica como “o incansável criador de tipos”.
Suas atuações o levaram a receber o cobiçado Troféu Roquette Pinto como revelação do ano de 1957. Nessa época era casado com a atriz Nadir Rocha. Amândio era alto, magro e um tanto quanto pálido. Nadir era uma morena exuberante.  A disparidade do casal fazia com Amândio disse que, depois de casado, passara a ser o homem impossível. Isso porque – segundo ele – cada vez que alguém descobria com quem ele havia se casado sempre dizia: “Você? Impossível!”
Tendo passado a trabalhar com o Grupo Folclórico Brasileiro, de Barbosa Lessa, Amândio tornou-se também contratado da Barbosa Lessa Produções. Foi nesse período que alternou inúmeras participações de programas humorísticos e comédias na TV Tupi, TV Paulista e TV Excelsior.  Assim, o britânico Sandarino de Bourbon, o maestro Hi-Fi-El, o coitado do Ventura ou Vivaldino Mulherengo foram personagens que caíram com facilidade no gosto do público e dos críticos.

7 Dias na TV 1958

7 Dias na TV 1958

Folha de S. Paulo - 1960

Folha de S. Paulo – 1960

Revista do Rádio - 1962

Revista do Rádio – 1962

São Paulo na TV 1961

São Paulo na TV 1961

Diário da Noite 1964

Diário da Noite 1964

Em 1965, Amândio foi contratado pela TV Globo e logo em seu primeiro trabalho ele estourou com o personagem O Amigo do Guedes, no programa Bairro Feliz, criação da dupla Max Nunes e Haroldo Barbosa.

Amândio 1965

Intervalo 1965

Participou de vários programas da emissora como, por exemplo. A Praça Da Alegria.

Walter D'Àvila e Amândio - 1977

Walter D’Àvila e Amândio – 1977

Voltou a ter sucesso com o personagem Bigode, o amigo do jogador Coalhada, personagem de Chico Anysio, inicialmente em Chico City 

Coalhada e Bigode

Coalhada e Bigode

Em 1981, Amândio foi contratado pelo SBT, a última emissora de televisão na qual viria a trabalhar.
Durante muito tempo Amândio dividiu-se entre televisão, teatro e cinema, alternando papéis cômicos e dramáticos. Casei-me com um Xavante, Imitando o sol, O Homem Que Comprou O Mundo,  Manicure A Domicílio, Confissões Do Frei Abóbora e A Espiã Que Entrou Numa Fria são alguns de seus trabalhos na tela.

Cena do filme A Espiã Que entrou Numa Fria

Cena do filme A Espiã Que entrou Numa Fria

No teatro e teatro de revista foram inúmeros os seus sucessos: Uma Mulher Pra todas As Estações, O Canto Da Cotovia, A Cama (com tudo em cima), As Virgens da Barra e O Analista De Bagé.
Seu último trabalho em televisão foi ao lado de Castrinho, José Vasconcelos e Cláudio Correia e Castro na minissérie La Mamma, da TV Globo, em 1990, que tinha Dercy Gonçalves como protagonista.
Amândio faleceu em 1993 já completamente afastado do meio artístico. Deixou uma filha, Luciana, fruto do seu relacionamento com a artista plástica Marizalva, sua segunda esposa. Seu um neto, Lucca, não chegou a conhecê-lo.
Clique no vídeo e relembre Amândio Silva Filho em ação no episódio O Homem Do Realejo, na série Vigilante Rodoviário, em 1961.

PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:

Boa noite, senhores – Rádio Farroupilha-RS – 1952

Onde está Dona Judith – Rádio Farroupilha-RS – 1952

Benzinho e Benzoca – Rádio Farroupilha-RS – 1952

Detetives – TV Tupi – 1957

Marmelândia – TV Tupi – 1957

Show Pirani-Vigorelli – TV Tupi – !957

Os namorados da Dondoca – TV Tupi – 1958

Aventuras do Maestro Hi…Fi…El – TV Tupi – 1958

Sandarino Bourbom – TV Tupi – 1959

A Cabeçuda – TV Cultura – 1960

Vivaldino Mulherengo – TV Excelsior – 1960

Que rei sou eu? – TV Excelsior – 1961

Charada Show Pirani – TV Excelsior – 1962

Histórias para Sorrir  – TV Excelsior – 1962

Além da Diversão – TV Excelsior – 1962

Cynar Faz o Show – TV Paulista – 1962

Quando menos se espera – TV Tupi – 1963

Ah…legria Kolynos – TV Tupi – 1963

Pandegolândia – TV Tupi – 1964

Coitado do Ventura – TV Tupi – 1964

Dercy Merci Beaucoup  – TV Excelsior – 1964

Tiro e Queda – TV Tupi – 1965

E O Espetáculo Continua – TV Tupi – 1966 

Bairro feliz – TV Globo – 1966

Chico City – TV Globo – 1976

Praça da Alegria – TV Globo – 1977

Viva o Gordo – TV Globo – 1981

Chico Total – TV Globo – 1981

Alegria 81 – SBT – 1981

Alegria 82 – SBT – 1982

Feira do Riso – SBT – 1982

Show do Riso – SBT – 1983

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Nádia Maria, a primeira imitadora

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Nome completo: Leda Soares Gama
Nasceu em 07/10/1931 – Recife – PE
Faleceu em 16/02/2000 – Rio de Janeiro – RJ

Nádia Maria tinha três anos de idade quando foi de Pernambuco para o Rio de Janeiro, acompanhando a mudança dos pais.  Nessa época era ainda era a Ledinha, a menina que costumava imitar a atriz Rita Hayworth nas aulas da Escola José Bonifácio e da Escola Orsina Fonseca, onde completaria o curso comercial, comum para as adolescentes do final dos anos 40. Mas seu sonho era ser cantora.
Foi com muito custo que seus pais aceitaram que fosse participar do concurso de novos talentos na Rádio Guanabara, embora este não fosse para canto e sim para locução e interpretação.Em meio a quase 600 concorrentes o nome de Nádia Maria [nome que resolveu adotar por considerar Leda “pouco artístico”] foi um dos aprovados juntamente com uma certa Fernanda Montenegro e um certo Francisco Anysio. Era o ano de 1948. Durante dois anos, Nádia Maria pertenceu ao elenco de radioatrizes da PRC-8. Em 1951 foi contratada pela Rádio Tupi, também como radioatriz, tendo estreado na novela O Verdadeiro Amor, de Castro Gonzaga.

Nádia revelação

Diário da Noite – 1951

Nádia Maria não demorou a se tornar a “bonequinha da Tupi”  – por causa da simpatia, do rosto de menina e dos seus 1,60 de altura – fazendo papéis de moça ingênua e apaixonada. E dado ao seu grande recurso vocal conseguia fazer voz de criança também. Aliás, não havia radioatriz que fizesse voz de menino como ela. Por isso, temendo que os ouvintes não acreditassem que era Nádia Maria quem fazia a tal voz, invariavelmente o locutor citava a participação do “garoto João” nos créditos finais do capítulo.
Nas radionovelas era comum Nádia Maria dividir o microfone com Nancy Wanderley, que além de radioatriz já era uma comediante conhecida. E quando Nancy precisou se ausentar do programa Aquela Casa De Família, de Haroldo Barbosa, foi Nádia quem a substituiu. Saiu-se tão bem nesse primeiro papel caricato que nunca mais a deixaram abandonar o humor.
Em 1954 surgiu seu primeiro personagem famoso: a Cozinheira Conceição, criado por Afonso Brandão, irmão do comediante Brandão Filho. O programa ficou três anos em cartaz com muito sucesso no rádio do Rio, em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, indo depois para a televisão.

1956 Empregada Concecição

Revista do Rádio – 1956

Nádia Maria continuava fazendo radionovela, mas participava de praticamente toda a produção humorística da emissora, contracenando com Hamilton Ferreira, Wellington Botelho e Orlando Drummond. Os programas eram escritos por Castro Barbosa, Haroldo Barbosa, Afonso Brandão e Max Nunes. Os dois últimos, em 1956, criariam Marylinha uma super exótica crooner internacional e Margot Marly, a vedete-atriz que andava para cima e para baixo sempre acompanhada da mãe. Ambas fizeram enorme sucesso no programa Boate do Ali babá e os 40 Garçons, criação de Max Nunes.

Radiolândia - 1957

Radiolândia – 1957

Na mesma época, Nádia Maria foi contratada pelo Teatro Follies e iniciava uma carreira de sucesso também no teatro de revista. Em 1959 aconteceu algo raro em humor: Nádia Maria substitui Ema D’Ávila no papel de protagonista em Aí Vem Dona Isaura e o programa permaneceu com o mesmo sucesso anterior. Nádia Maria chegou a ter, simultaneamente, dois programas seus em que pôde mostrar várias facetas: apresentadora, entrevistadora, cantora e, claro, comediante. Detalhe: nos intervalos, ela enveredava pela publicidade, cantando jingles. Na década de 60, além de alternar idas e vindas nas emissoras de tevê, Nádia Maria dedicou-se simultaneamente ao rádio, teatro, boate e teatro de revista, fazendo sucesso em trabalhos como Chez Copacabana e Como Matar um Playboy, Já em cinema, estrelou É a Maior, ao lado de Sônia Mamede, e Virou Bagunça, com a participação de Chacrinha. O que sempre marcou a carreira humorística de Nádia Maria era a sua facilidade em imitar personalidades. Ela foi, sem dúvida, a primeira mulher a fazer sucesso com imitação em rádio e tevê. Imitava Hebe Camargo, Dercy Gonçalves, Inezita Barroso, Maysa, Emilinha Borba, Marlene, Ângela Maria… E também as atrizes Jayne Mansfield, Brigite Bardot, Marlene Dietrich e Marilyn Monroe para não ficar somente no âmbito nacional. Conseguia imitar, inclusive, personalidades masculinas como Carlitos e o deputado Tenório Cavalcanti (enfocado no filme O Homem da Capa Preta).

Nádia Maria imita Brigitte Bardot e Carlitos

Nádia Maria imita Brigitte Bardot e Carlitos

Porém, nem sempre suas imitações e caricaturas agradavam os homenageados. A vedete Virgínia Lane, no auge da fama, foi à imprensa reclamar da brincadeira. Pior ainda aconteceria com outra vedete: Vanja Orico. Nádia imitara Vanja Orico numa situação em que a vedete participara ao vivo de um programa na tevê e errara todas as cenas.

Revista do Rádio  1958

Revista do Rádio 1958

O pai da vedete, que além de bravo era deputado, foi pessoalmente à emissora tirar satisfações com a humorista.

Nádia x Vanja

Curiosamente, foi com base na imitação que Nádia Maria fez seus últimos trabalhos em tevê na Escolinha do Professor Raimundo, da TV Globo com as caricaturas Marta Suplício (para deixar Marta Suplicy morta de raiva), Maria da Recessão Colares (a economista Maria Conceição Tavares) e Célia Caridosa de Melo.

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Jornal do Brasil 13/01/1991

Jornal do Brasil 13/01/1991

Jornal do Brasil 26/01/1992

Jornal do Brasil 26/01/1992

Seu último trabalho artístico foi na peça O Rio Que Sempre Riu, em 1998.

 PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:

Aquela Casa de Família – Rádio Tupi – 1952

Um Dia na Feira – Rádio Tupi – 1952

Rua da Alegria – Rádio Tupi – 1952

Aquela Casa de Família – Rádio Tupi – 1952

A Cozinheira Conceição – Rádio Tupi – 1954

Hotel Da Sucessão – Rádio Tupi – 1955

Marmelândia – RádioTupi – 1955

O Cruzeiro - 1959

O Cruzeiro – 1959

Uma Pulga Na Camisola – Rádio Tupi – 1955

Boate do Ali Babá e os 40 Garçons – Rádio Tupi – 1956

A Cozinheira Conceição – TV Tupi – 1956

Sequência G3 – Rádio Tupi – 1956

Espetáculos Tonelux  – TV Tupi – 1956

Em Casa De Família De Todo O Respeito – Rádio Tupi – !957

Boate do Ali Babá e os 40 Garçons – TV Tupi – 1957

A Cozinheira Conceição – TV Itacolomi – 1957

Boate do Ali Babá – Rádio Mayrink Veiga – 1958

A Cidade Se Diverte – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1959

A Comédia Da Cidade – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1959

Gente Que A Gente Encontra – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1959

Aí Vem Dona Isaura – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1959

Nádia Maria Conta – TV Tupi – 1959

Nádia Maria Bolsinha de Valores – TV Tupi – 1959

Boate Casas Da Banha – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1960

Grande Show União – TV Record – 1960

Alarico Malassorte – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1961

Rua do Ri-Ri-Ri – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1962

São Paulo Se Diverte – TV Excelsior – 1963

Espetáculos Tonelux – TV Excelsior – 1964

Viva O Vovô Deville – TV Excelsior – 1964

Times Square – TV Excelsior – 1964

Riso Sinal Aberto – TV Globo – 1968

Balança, Mas Não Cai – TV Globo – 1968

Pisulino – TV Tupi – 1970

UAU! – TV Globo – 1971

Chico City – TV Globo – 1973

Apertura – TV Tupi – 1980

Reapertura – TV Tupi – 1980

A Festa É Nossa – TV Globo – 1983

Humor Livre – TV Globo – 1984

Escolinha do Professor Raimundo – 1990

 

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Aloysio Silva Araújo

 

aloysio 1947

Nome completo: Aloysio Silva Araújo
Nasceu: 18/06/1910 – Nova Friburgo – RJ
Faleceu: 03/06/1974 – São Paulo – SP 

Neto do fundador do Laboratório Silva Araújo – criador do Vinho Reconstituinte Silva Araújo –, Aloysio [cuja grafia do nome também é encontrada como Aloísio e Aluísio] chegou a fazer até o 4º ano da faculdade de Direito. Porém, com o falecimento de sua mãe o fez largar a faculdade, pois estava lá apenas para contentá-la. Daí para frente passou a se dedicar exclusivamente à sua verdadeira paixão: a música, através do piano. 

1951 Aloysio Jornal das Moças 3  ao piano 2

Entrou para o rádio em 1933, como pianista, na Rádio Educadora do Brasil-RJ.

1933 Aloysio programa OK

Jornal “A Batalha” – 1934

No entanto, uma queda durante um jogo de futebol o impediu de continuar tocando piano. Mas não o impediria de escrever à máquina. Tanto é que em 1934 estrearia pela Rádio Cajuti-RJ – PRE-8 – uma das suas mais famosas criações: Cadeira de Barbeiro.

1934 DN Aloysio cadeira de barbeiro cajuti

Diário da Noite – 1934

Em 1936 veio para a Rádio São Paulo, PRA-5, participando do programa “Teatro Alegre”,  onde criou e interpretou novo personagem de sucesso: Seo Libório, o bêbado.

1939 Aloysio o seu libório

O Carioca – 1936

Mesmo assim, não abandonava a música, compondo canções que seriam gravadas por vários cantores e cantoras.

1939 Aloysio compositor

O Carioca – 1936

Em 1941 trouxe de volta o programa que lhe traria o sucesso definitivo no rádio brasileiro: Cadeira de Barbeiro. Em Cadeira de Barbeiro, Aloysio interpretava Papanatas – o fígaro – , que comentava sobre a situação do país com seu cliente. Sua primeira “vítima” foi Manoel de Nóbrega, que se tornou parceiro em diversas outras empreitadas.

Aloysio e Nóbrega - 1944 - DN

Dia´rio da Noite – 1944

Cadeira de Barbeiro era uma crítica ao momento político, social e econômico. Retratava o que acontecia na cidade e no país. Seu sucesso foi tão grande em São Paulo que Aloysio não tardou a levá-loa para o Rio de Janeiro, que – à época – era a capital federal do país. Ali o programa  ganhou outros personagens. Além do freguês [interpretado por Otávio França], havia também o engraxate [interpretado pelo comediante Matinhos]. 

1949 Aloysio Matinho e Octávio França

Aloysio, Otávio França e Matinhos – Revista do Rádio – 1949

Papanatas, o personagem interpretado por Aloysio, recebia seus fregueses sempre com a frase “entra, não demora”. A frase tornou-se uma espécie de bordão do programa. 

1949 Aloysio 1

Revista do Rádio – 1949

 O sucesso do bordão propiciou, em 1945, a criação de uma marchinha carnavalesca de autoria de Aloysio Silva Araújo e Zé Trindade, interpretada por Aracy de Almeida e com a participação do Otávio França e o do próprio Aloysio. [OUÇA O ÁUDIO DA MARCHINHA DE CARNAVAL “ENTRA, NÃO DEMORA!” AO FINAL DE POST]  

1945 Aloysio entra não demora fon fon

Revista Fon Fon 1945

O programa Cadeira de Barbeiro foi veiculado tanto em rádio como em televisão, nos mais diversos prefixos, sempre com o mesmo sucesso.  

1946 Aloysio cadeira de barbeiro

1945 Sequência G3 1 (2)

 

 

1963 Cadeira de Barbeiro - Folha SP 11-09-1963

 Com a mesma facilidade com que criou Papanatas, Aloysio Silva Araújo criou vários outros personagens. Dentre eles está o Recrita 23,  “o soldado que já nasceu fora de forma”. Suas aventuras aconteciam em parceria com o Recruta 25, interpretado por Zé Trindade. Ambos levavam à loucura o “Seo Sarja”, o sargento interpretado por Urbano Lóes. 

1947 Aloysio e Zé Trindade na Mayrink

Zé Trindade e Aloiysio Silva Araújo nos microfones da Rádio Mayrink Veiga

 Criado em 1947, o Recruta 23 tornou-se rápido sucesso, a ponto de Aloysio interpretar seu personagem usando uniforme em pleno auditório da Rádio Mayrink Veiga.

Revista Fon-Fon 1953

Revista Fon-Fon 1953

 

1951 Aloysio recruta e atores

Urbano Lóes, Geraldo Carvalho, Aloysio e Macedo Neto durante exibição do programam Recruta 23. Revista Fon Fon – 1951

O recruta também foi transformado em fantasia e em marchinha para o carnaval de 1952, interpretada por Linda Rodrigues, uma composição de Zé Trindade e Aloysio Silva Araújo.

1952 Aloysio fantasia de recrita 23

Mas, nem tudo foram flores. Ao mesmo tempo em que o Recruta 23 alcançava altos índices de audiência no rádio muita gente sentia-se desconfortável com a sátira do personagem.

1952 Aloysio Fon-Fon 2360 pg 50 recruta 23 ameaçado de morte 1 - Cópia (30499225)

Isso fez com que Aloysio abandonasse o personagem, fato que ganhou capas e páginas de revista na época. 

1952 aloysio recruta 23 d

 

 

1959 Aloysio Silva Araújo o homem proibido 1

1961 Aloysio RR

 Não era a primeira vez que Aloysio sentia a mão forte da censura. O Recruta 23, o “fígaro” Papanatas e vários de sues personagens sofreram por causa das críticas que Aloysio colocava em seus textos.  

aloysio desabafo do proibido

Mas esses inconvenientes não eram capazes de frear sua criatividade nem sua sensibilidade. Aloysio continuava escrevendo…

1951 Aloysio Jornal das Moças 3 - Cópia (30499225)

.. e continuava sendo o mesmo pai de uma família adorável….

1946 Cadeira de Barbeiro Aluísio marcos fernando d lúcia e marta

1946 – Aloysio coma esposa, D. Lúcia, e os filhos Marcos, Fernando e Marta.

1952 Aloysio e famílçia jogo de botão

1952 – Aloysio diverte-se com a família jogando futebol de botão

… assim como continuava atuando como comediante em seus programas radiofônicos.

1951 Aloysio Fon-Fon foto recruta 23 - Cópia (2)

Aloysio, Selma Lopes, Neyda Rodrigues e Radamés Celestino durante exibição de um programam na Rádio Mayrink Veiga.

1945 Sequência G3 3

Urbano Lóes (o 1º à esquerda), Max Nunes (o 3º da esquerda para a direita) e Aloysio (o último à direita) em tempos de Sequência G# na Rádio Tupi do Rio.

Por causa do seu jeito amável e sempre simpático, era querido e respeitado por produtores, diretores e artistas. 

1945 Sequência G3 2

Aloysio: amabilidade e simpatia

Não houve quem não atendesse a qualquer pedido seu nem quem não defendesse com vontade e bom humor os seus textos.

1951 Aloysio e ciro monteiro fon fon 2

O cantor Ciro Monteiro e Aloysio Silva Araújo – 1952

1959 Aloysio e Chocolate em lotação ponto 5 tv paulista

Aloysio Silva Araújo contracena com o comediante Chocolate – TV Paulista – 1959 – Programa Lotação Ponto 5

1961 Aloysio e J Silvestre TV Rio o riso é o limite

Aloysio Silva ARaújo e o apresentador J. Silvestre – TV Rio – O Riso é o limite

1961 Aloysio e Maria Helena TV Rio O riso é o limte

Aloysio Silva ARaújo e a atriz Maria Helena – TV Rio – 1961 – O riso é o limite

 Aloysio passou por várias emissoras do Rio e de São Paulo, dentre elas: Rádio São Paulo, Rádio Cultura, Rádio Tupi-SP, Rádio Mayrink Veiga, Rádio Tupi-Rio, Rádio Nacional-RJ, Rádio Record, Rádio Nacional-SP, Rádio Bandeirantes, TV Paulista, TV Tupi, TV Rio, TV Excelsior. – ora criando novo programa, ora participando de programas apenas como autor. 

1940 Aloysio zé com sede pgm do almoço o iMPARCIAL1945 Folia na taba Aloysio dn1949 aloysio na band colégio1949 Aloysio na band restaurante  jornal de notícias1950 Aloysio expresso da alegria1951 aloysio 3 pgms na pra 91951 Sloysio cartas para Inácio1952 Aloysio e Leporace na record1955 aloysio aqui está o palco1955 aloysio e nóbrega banquete1957 Aloysio SP num te guento  Chocolate Farid Golias Walter Ribeiro - Cópia (30499225)1958 Aloysio e Peruzi miss campeonato1959 aLOYSIO E gOLIAS1959 Aloysio sp num te guento1960 Aloysio substitui Nóbrega na praça1960 Criação de Aloysio a Família BB1953 aloysio mesa quadrada 11953 aloysio mesa quadrada 21960 Produções de Aloysio em 19601961 Aloysio Silva Araújo 1961 (2) - Cópia1963 aloysio e zilda1965 Aloysio com Bibi

Uma curiosidade: quando em 1956 esteve à frente da direção artística da Rádio Clube de Ribeirão Preto, a famosa PRA-7, Aloysio apostou que no duelo Come-Fogo [Comercial x Botafogo de Ribeirão Preto], o Comercial, clube pelo qual tinha simpatia, sairia vencedor. Caso não o fosse, ele comeria grama em plena praça pública. Pois o Comercial perdeu, e então… 

1956 Aloysio e a aposta

Em 1964, dedicando-se à pintura, deixou seis quadros seus expostos na Galeria Astreia.Aos poucos foi se afastando do rádio e da tevê.  Mas teve tempo ainda de ver sua filha, Marta, iniciar a carreira de cantora.

Marta 1

Revista do Rádio 1965

Marta 2

Revista do Rádio 1965

1967 Marta silva araújo aloysio

Revista Intervalo 1967

 Faleceu em 1974 e sua morte foi sentida em todo o meio artístico. O programa “Viagens para a Vida”, apresentado pela atriz Vida Alves, pela TV Record de São Paulo, foi totalmente dedicado à sua memória. Ali compareceram Manoel de Nóbrega, Chocolate, Walter Ribeiro dos Santos, Zilda Cardoso, e vários outros artistas, com o intuito de prestarem homenagem à vida e á obra não só de um grande profissional, mas de um grande amigo.

PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:

Cadeira de Barbeiro – Rádio Cajuti-RJ – 1934

Teatro Alegre – Rádio São Paulo – 1937

Foles – Rádio Kosmos – 1939

Programa do almoço – Rádio Mayrink Veiga – 1940

Cadeira de Barbeiro – Rádio Gazeta-SP – 1941

Audições Rataplan – Rádio Tupi-RJ – 1945

Folias na Taba – Rádio Tupi-RJ – 1945

Programa Aloysio Silva Araújo – Rádio Mayrink Veiga – 1947

Programa Aloysio Silva Araújo – Rádio Nacional – 1948

Restaurante Sublime Indulgência – Rádio Bandeirantes – 1949

Colégio da Folia – Rádio Bandeirantes – 1949

Expresso da Alegria – Rádio Bandeirantes – 1950

Recruta 23 – Rádio Mayrink Veiga – 1951

Ritmo  e Alegria – Rádio Mayrink Veiga – 1951

O bonde de São Januário – Rádio Mayrink Veiga – 1953

Memórias de dois ladrões – Rádio Record  – 1952 

Mesa Quadrada – TV Tupi – 1953

Restaurante Sublime Indulgência – Rádio Nacional-RJ – 1953

Jackie, O Recruta – Rádio Tupi-RJ – 1953

As cartas de Inácio – Rádio Tupi-RJ – 1953

Rio, cidade aberta – Rádio Tupi/Tamoio-RJ – 1954

Janela Aberta – Rádio Nacional-SP – 1955

Banquete dos Astros  – Rádio Nacional-SP – 1955

Cadeira de Barbeiro – Rádio Nacional-SP – 1955

Aqui está o palco – Rádio Nacional-SP – 1955

Recruta 23 – TV Paulista – 1955

Levertimentos – Rádio Mayrink Veiga – 1957

A cidade se diverte – Rádio Mayrink Veiga – 1957

Miss Campeonato – Rádio Mayrink Veiga – 1957

Largo do Arroz – TV Paulista – 1958

Aloysio e suas garotas – TV Paulista – 1958

Miss Campeonato – TV Paulista – 1958

Godofredo – TV Paulista – 1959

Noite de Gala – TV Rio – 1959

Drops do Dia – TV Paulista – 1959

Lotação Ponto Cinco  – TV Paulista – 1959

Super Show – TV Tupi-Rio – 1959

Rio Num Te Guento – TV Rio – 1959

Alegria Sadia – Rádio Nacional-SP – 1959

Comédia, Pão e Manteiga – TV Paulista – 1960

Milhões de Napoleões – TV Paulista – 1960

Praça da alegria – TV Paulista – 1960

Humor em Grãos de Ouro – TV Paulista – 1960

São Paulo Num Te Guento – TV Paulista – 1960

O Grande Espetáculo – TV Paulista – 1960

Super Show – TV Tupi – 1960

O Riso é o limite – TV Rio – 1960

Bar do Ponto – TV Paulista – 1961

Sequência em Ri Maior – TV Paulista – 1962

Noturno em Ré Maior –  TV Paulista-SP – 1962

Cadeira de Barbeiro – TV Paulista – 1963

O Esquema é Nancy – TV Rio – 1963

A cidade se diverte – TV Excelsior – 1963

Confusão em Bang-Bang – TV Rio – 1963

Zilda Cardoso em 23 polegadas – TV Paulista – 1963

Zilda vale um show – TV Paulista – 1964

Você vale um show – TV Paulista – 1964

Show Riso – TV Excelsior – 1967

Aquela feliz cidade – TV Excelsior – 1968

Galeria – TV Excelsior – 1969

Clique no player e ouça a marchinha “Entra, Não Demora!” do carnaval de 1952 e ouça  – além de interpretação da cantora Aracy de Almeida – Aloysio Silva Araújo como Papanatas contracenando com Otávio França. 

 

 

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