Humor Brasileiro

Nancy Wanderley

Nancy Wanderley CLOSE

Nome completo: Stelita de Souza
Nascimento 25/02/1927 – Rio de Janeiro – RJ
Falecimento 09/12/2008 – Florianópolis – SCchico

Após completar o ginásio, Stelita resolveu participar de um tete para novos radioatores no programa comandando por Ary Barroso na Rádio Tupi. Como sabia que a família seria contra, resolveu inscrever-se com outro nome. E o fez com o primeiro que lhe veio à cabeça: Nancy Wanderley. E com esse nome, criado de improviso, ela foi aprovada e contratada.
Sua primeira participação foi no programa Um Casal Do Barulho, em 1943, ainda com 16 anos. Sua estreia em radionovelas deu-se em Isabel Era Um Anjo.Durante dois anos Nancy alternou participações nas radionovelas da Rádio Tupi e no programa Teatro Fônico, pela PRB-7, Rádio Educadora do Brasil.

Diário da Noite 1943

Diário da Noite 1943

Em 1943, Nancy estreou no humorístico Pandemônio, na Rádio Tupi, ao lado do comediante Germano [João Lopes Dias]. A facilidade em criar e adaptar-se a personagens logo chamaram a atenção de Haroldo Barbosa, que a escala em seus programas na emissora.
Em 1951 foi convidada a fazer parte da companhia teatral de Silveira Sampaio [José Silveira Sampaio].

Jornal do Brasil 1951

Jornal do Brasil 1951

A estreia na peça Flagrantes do Rio foi aclamada pela imprensa. Dali em diante, Nancy Wanderley iria emplacar um sucesso após outro: Um Americano em Recife, O Diabo em 4 Corpos, Um Homem Magro entra em Cena e outras. Da mesma forma, Nancy foi sucesso total nas revistas de Carlos Machado, tais como Mulher é o Diabo, Este Rio Moleque e Do Entrudo ao Vale Tudo.
Nancy foi eleita a revelação 1951 no teatro. Além dos palcos, ela também dividia seu tempo com o rádio e a TV Tupi.

Diário da Noite 1952

Diário da Noite 1952

Contratada pela Rádio Mayrink Veiga em 1952, passou a fazer parte de um dos maiores casts de humor do rádio brasileiro, chegando a se apresentar em três programas diferentes por dia. Foi nessa emissora que ela conheceu Chico Anysio com quem se casou em 1956. Em virtude do desquite em seu primeiro casamento, Nancy casou-se com Chico na Igreja Ortodoxa, na embaixada do México. Dessa união nasceria Lug de Paula [Luís Guilherme de Souza Paula], que mais tarde viria a interpretar o personagem Seo Boneco na Escolinha do Professor Raimundo.

Chico, Lug e Nancy 1957

Chico, Lug e Nancy 1957

Juntos, Chico e Nancy protagonizaram vários trabalhos no rádio quanto na televisão. Sempre programas de sucesso: Vai levando; Balbina, meu xodó; Time da Comédia; A Cidade Se Diverte; Esse Norte é de Morte; Val da Valsa… Chico criava e escrevia; Nancy interpretava. Ainda encontraria tempo para dublar a fada Flora do desenho de A Bela Adormecida, em 1959.

Nancy e Zé Trindade 1958

Nancy e Zé Trindade 1958

Não demoraria muito para que ela fosse convidada para ir às telas. Participou com o mesmo brilhantismo de comédias como O Petróleo é Nosso, No Mundo da lua, O Camelô da Rua Larga, Eu Sou o Tal, Massagista da Madame, Quem Roubou o Meu Samba? e O Batedor de Carteiras. Estrelou ao lado de nomes consagrados da comédia: Violeta Ferraz, Vagareza, Zé Trindade, Walter D’Ávila, Ankito, Maria Vidal e outros.
Versátil e engraçada por natureza, Nancy Wanderley era considerada uma atriz que tinha um palco na garganta devido aos seus enormes recursos. Cantava, tocava violão, dançava (adorava dançar frevo). Tinha facilidade em compor personagens cômicos, principalmente tipos nordestinos.

Revista do Rádio 1963

Revista do Rádio 1963

A criação de tais tipos serviu de inspiração para várias comediantes, como Consuelo Leandro, por exemplo. Era torcedora do Fluminense e do que menos gostava na vida era ouvir conselhos.

Revista do Rádio 1964

Revista do Rádio 1964

Era considerada uma comediante desastrada, como escreveu certa vez o humorista Antônio Maria: “Nancy Wanderley é a campeã brasileira de quedas. Ao menos uma vez por semana ela cai da cadeia ou dá uma topada federal na porta do elevador”. [Jornal Última Hora 13/06/1952].
Seu último trabalho artístico foi como protagonista da novela Rosa Baiana, de Lauro César Muniz, levada ao ar pela TV Bandeirantes, em 1981.
Depois desse trabalho, por razões pessoais, abandonou a carreira artística, indo viver voluntariamente reclusa em Florianópolis até o dia do seu falecimento.

ASSISTA A UMA CENA DE NANCY WANDERLEY NO FILME “EU SOU O TAL”, DE 1959, CONTRACENANDO COM CHICO ANYSIO E VAGAREZA.

 

PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:
Casal do Barulho – Rádio Tupi (RJ) – 1941
Teatro Fônico – Rádio Educadora do Brasil (RJ) – 1943
Pandemônio – Rádio Tupi (RJ) – 1945
Teatro Eucalol – Rádio Tupi (RJ) – 1946
Alice no país da música – Rádio Tupi (RJ) – 1948
Rua da Alegria – Rádio Tupi – 1951
O bar do Carlos – Rádio Tupi (RJ) – 1952
Aquela casa de família – Rádio Tupi (RJ) – 1952
A alegria da rua – Rádio Mayrink Veiga – 1952
A grande revista – Rádio Mayrink Veiga – 1954
Vai levando – Rádio Mayrink Veiga – 1954
Levertimentos – Rádio Mayrink Veiga – 1954
Balbina, meu xodó – Rádio Mayrink Veiga – 1956
Vai da valsa – Rádio Mayrink Veiga – 1956
Vai levando – Rádio Mayrink Veiga – 1956
A cidade se diverte – Rádio Mayrink Veiga – 1956
Esse norte é de morte – Rádio Mayrink Veiga – 1956
Time da comédia – Rádio Mayrink Veiga – 1957
Romeu e Julieta – TV Tupi   1958

Feijão… arroz… alegria – TV Tupi – 1959
Clímax para milhões – TV Paulista – 1960
Comédia, pão e manteiga – TV Paulista – 1960
Milhões de Napoleões – TV Rio – 1960
Folias das mercearias – TV Rio – 1960
Noite de Gala – TV Rio – 1960
Noites Cariocas – TV Rio – 1961
Nordeste da peste – TV Rio – 1961
Praça da Alegria – TV Paulista – 1963
O riso dos cinco – TV Paulista – 1963
Regra de Três – TV Rio – 1963
O Esquema é Nancy – TV Rio – 1963
Chico Anysio Show – TV Excelsior – 1963
Musicomédia – TV Rio – 1964
Nós na cidade – TV Excelsior – 1965
Viva o Vovô Deville – TV Excelsior – 1965

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Nhô Totico e a 1ª escolinha

Nhô Totico, criador da primeira escolinha no rádio

Nhô Totico, criador da primeira escolinha no rádio

Nome completo: Vital Fernandes da Silva
Nascimento 10/05/1903 Descalvado – SP
Falecimento 04/04/1996 – São Paulo – SP 

Filho de imigrante italiana e de músico baiano, Vital Fernandes da Silva teve sua primeira experiência artística já aos 4 anos de idade na pequena cidade de  Descalvado, interior de São Paulo. Seu pai – que se tornara sócio do cinema da cidade – fazia acompanhamento musical durante a exibição dos filmes mudos. Isso deu oportunidade para que Vital e algumas outras crianças enriquecessem as cenas criando efeitos sonoros atrás da tela.
Veio para São Paulo aos 10 anos acompanhando a família. Um ano depois foi apresentado aos Frades do Convento de São Francisco, instituição localizada ao lado da Faculdade de Direto do Largo São Francisco. Ali, Vital começou a cuidar a encenar e dirigir peças teatrais. Notabilizava-se pela facilidade em lidar com o humor e não demorou a se tornar humorista oficial da turma de direito do diretório acadêmico XI de Agosto. O jornal Correio Paulistano de 27/05/1926 registra sua participação em evento organizado pela Associação de Ex-Alunos Salesianos.     

1927-02-01 Correio Paulistano

Embora mantivesse o sonho de ser artista, Vital conseguiu emprego  na Repartição de Águas e Esgotos. Em 1932, com o inicio da revolução, ingressou nas tropas paulistas e foi enviado para o interior do estado. Com o final da revolução, retornou à capital onde tentou fazer um teste na Rádio Educadora Paulista, ocasião em que, pela primeira vez utilizou o pseudônimo de Nhô Totico, com base em seu apelido de infância: Totó.
O teste foi um fiasco, segundo declarações do próprio Nhô Totico. Mas logo em seguida ele seria levado pelas mãos de Enéias Machado de Assis, radialista e estudante de Direito, a conhecer Olavo Fontoura, jovem diretor e proprietário de uma rádio clandestina chamada DKI, A Voz do Juqueri. Em novo teste e já com o pseudônimo Nhô Totico, ele improvisou um rápido teatrinho fazendo todas as vozes dos personagens e também os efeitos especiais. Isso lhe valeu espaço para apresentar um programa na emissora, embora sem remuneração. O nome do programa era XPTO – Vila da Arrelia (sendo XPTO, à época, era uma sigla que considerava, de forma jocosa, algo magnífico). 

Correio Paulistano 24/11/1934

Correio Paulistano 24/11/1934

Em 1934 a rádio deixaria de ser clandestina, surgindo, então, a Rádio Cultura de São Paulo, PRE-4, onde NHô Totico, além de continuar com seu XPTO Vila da Arrelia, também lançou DKI, Nhô Totico em Jerusalém de DKI e As peripécias de Nhô Totico. Nesse programa, Nhô Totico criava e interpretava todos os personagens: Caropita, uma italiana que estava louca para se casar. Esse personagem possuía o bordão “é sortero ô cajado?”, que se tornou famoso. Outros personagens eram Beppo, pai de Caropita; Manoel, amigo da família; Salim, o homem da prestação; Sayamoto, o motorista e o nordestino Soldado 39. Nhô Totico não fazia o texto previamente. Tudo ia surgindo de improviso. O sucesso de Nho Totico era tão grande que Rádio Cultura era chamada de “a rádio do Nhô Totico”. 

Correio Paulistano 1935

Correio Paulistano 1935

No ano seguinte, Nhô Totico foi contratado pela Rádio Record e ali, sempre em total improviso, surgiu a Escolinha da Dona Olinda, o primeiro programa com esse tipo de formato. Da mesma forma como fizera em seu primeiro programa na Rádio Cultura, ele criou e interpretava todos os personagens da Escolinha de Dona Olinda. E, como sempre, na base do improviso. Os alunos representavam um painel da sociedade Brasileia na época: Chiquinho, menino da cidade, inteligente; Chicote, garoto nordestino, valentão; Chicória, filho de italianos, torcedor do Palestra Itália; Jorginho, filho de turcos que tinham uma “lojinha”; Sebastião, o menino caipira, e Soko, o garoto japonês. O sucesso de Chiquinho, Chicote e Chicória era tão grande que os três tiveram um programa só seu. 

Estadão 08/11/1936

Estadão 08/11/1936

Em 1938, já consagrado com sua escolinha, Nhô Totico retornou à Rádio Cultura, cujo auditório recém construído havia recebido o nome de Palácio do Rádio. De início voltou apresentando seu XPTO – Vila da Arrelia, às 22 horas. A emissora recebeu pedidos para que ele voltasse a fazer seu programa infantil. Duas semanas depois, Nhô Totico passaria a ter jornada dupla na emissora: além do programa noturno ele passou a ter outro, vespertino. Aliás, Nhô Totico vivia, na verdade, jornada tripla, pois jamais abriu mão de seu emprego na repartição. Inicialmente, o programa infantil contava as aventuras do detetive Nhô Totico e seu cão Perdigueiro no combate à terrível Quadrilha de Aço. Mas logo em seguida ele voltaria com sua escolinha. 

Correio Paulistano 1938

Correio Paulistano 1938

Ao voltar com a Escolinha de D. Olinda, Nhô Totico foi informado sobre a impossibilidade de usar os nomes Chiquinho, Chicote e Chicória, os três personagens mais famosos. Motivo: a Rádio Record registrara tais nomes. Os personagens foram, então, rebatizados. Em lugar de Chiquinho, Chicote e Chicória surgiram Minguinho, Mingote e Mingau. Mudavam os nomes, mas o sucesso seria o mesmo. nho_totico

 

Nhô Totico e sua trupe era cada vez mais solicitada para participação em eventos artísticos. Divide o palco com celebridades da música como Carmem [e sua irmã Aurora] Miranda e Francisco Alves. Afinal, todos querem ver aquele homem que, sozinho, era um elenco inteiro.
Vez por outra, Nhô Totico trazia à escolinha a sua formação católica: “Menino, preste atenção à aula. Na escola e na missa não se olha para trás”, dizia D Olinda. 

Nh-- Totico

Em 1940, tornou-se contratado exclusivo da Gessy–Lever, considerado, até então, o maior contrato do meio radiofônico, consequência natural do seu enorme sucesso. Segundo o jornal Correio Paulistano de 17/09/1940, mais de mil fãs iam diariamente ao estúdio do Palácio do Rádio para assistir ao humorista.  Na mesma época, Nhô Totico passava a apresentar seu programa também pela Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro. Nho-Totico-anuncio-Gessy

Em Janeiro de 1941 seria obrigado a dar uma pausa em suas atividades em virtude do falecimento de D. Catharina, sua esposa. Embora o conteúdo do programa fosse simples e inocente, Nhô Totico não perdia a oportunidade para alfinetar o governo Getúlio Vargas.  Certa vez, sua D. Olinda, em plena aula, vociferou “fica quieto, menino, se não você vai ficar de castigo e ouvir a Hora do Brasil”. 

Nh-- Totico2

Nova mudança de emissora aconteceria e a 07/09/1949 as edições da Folha da Manhã e da Folha da Noite anunciavam a estreia de Nhô Totico na Rádio América. No ano seguinte ele seria agraciado com o Troféu Roquette Pinto como melhor humorista de rádio. 

Folha da Manhã 09/07/1947

Folha da Manhã 09/07/1947

Em 1960 encerraria sua carreira no rádio, tendo, nesse meio tempo, também uma passagem de uma temporada no rádio de Minas Gerais.
O ano de 1960 também marcaria seu ingresso na televisão, através da TV Excelsior de São Paulo. Ali permaneceria até 1962 quando, então, encerrou sua carreira, sendo, vez por outra, convidado para participações especiais em programas de rádio e TV. Rolando Boldrin, em seus tempos de TV Globo, levou-o várias vezes ao seu programa Som Brasil. E Nhô Totico, já com mais de 80 anos, revivia seus personagens, como sempre, de improviso. 

São Paulo na TV - 1960

São Paulo na TV – 1960

Segundo Rolando Boldrin, Nhô Totico, antitabagista convicto costumava enviar um cartão a seus amigos fumantes com uma piadinha rápida: “Burro fuma? Não! Logo, o burro é mais inteligente que você”.
Nhô Totico faleceu em 1996 tendo ao lado a sua segunda esposa, D. Jutta Hetel Fernandes da Silva, com que se casara em 1946. 

PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:

XPTO Vila da Arrelia – Rádio Cultura – 1934

DKI – Nhô Totico em Jerusalém – Rádio Cultura – 1934

DKI – Nhô Totico e suas peripécias – Rádio Cultura – 1934

Chiquinho, Chicote e Chicória – Rádio Record – 1935

Escolinha da D. Olinda – Rádio Record – 1935

Nhô Totico detetive – Rádio Cultura – 1938

Escolinha da D. Olinda – Rádio Cultura – 1938

XPTO Vila da Arrelia – Rádio Cultura – 1938

Programa Nhô Totico – Rádio Mayrink Veiga – 1940

Programa Nhô Totico – Rádio América – 1947

Programa Nhô Totico – Rádio Inconfidência – 1950

 Programa Nhô Totico – TV Excelsior – 1960

Clique no player e ouça um trecho da Escolinha da Dona Olinda de 1947 interpretada por Nhô Totico.

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Miss Campeonato

Capa

MISS CAMPEONATO
Rádio Mayrink Veiga – 1957 a 1964
TV Paulista – 1957 a 1965
TV Tupi-Rio – 1960/1961
TV Gazeta-SP – 1974

Foi Stanislaw Ponte Preta [Sérgio Porto] quem melhor soube traduzir e mesclar três das principais paixões do homem brasileiro: futebol, humor e mulher. É bem verdade que se dependesse de Stanislaw seriam cinco as paixões: futebol, humor, mulher, mulher e… mulher.

Stanislaw Ponte Preta

Stanislaw Ponte Preta

A trinca de paixões foi misturada numa ideia simples, inicialmente para o rádio e apenas para o Rio de Janeiro, que resultou num programa de sucesso absoluto: Miss Campeonato. Tratava-se de satirizar o que ocorria no Campeonato Fluminense utilizando-se para isso um elenco de comediantes, cada um representando um time do Rio. Todos eles contracenavam com a Miss Campeonato, que simbolizava a taça disputada, e que seria interpretada por uma atriz. Como não poderia deixar de ser, a rádio escolhida foi a Mayrink Veiga, emissora em que Stanislaw Ponte Preta trabalhava na época. Coube a Rose Rondelli, atriz e vedete, e uma das Certinhas do Lalau, dar voz à Miss Campeonato. Voz e corpo, pois o programa era feito no grande auditório da PRA-9 e Rose, para delírio do público masculino, apresentava-se de maiô com uma pequena saia, um colírio para a época.

Revista do Rádio nº 416

Revista do Rádio nº 416

A primeira exibição de Miss Campeonato deu-se em 22/07/1957 e rendeu excelentes comentários em jornais e revistas.

Jornal do Brasil – 25/07/1957

Radiolândia Julho/57

Radiolândia Julho/57

O elenco de comediantes da PRA-9, Rádio Mayrink Veiga, era o que havia de melhor. Todas as segundas-feiras subiam ao palco Zé Trindade (Flamengo), Duarte Moraes (Vasco), Geraldo Alves (Botafogo), Mário Senna (Fluminense), Altivo Diniz (América), Matinhos (Bangu), Macedo Neto (São Cristóvão), Ema D’Avila (Portuguesa), Antônio Carlos Pires (Canto do Rio) e Jaime Filho (São Cristóvão).1959 RR 504

O sucesso quase imediato de Miss Campeonato no rádio fez com que o mesmo programa viesse para a televisão de São Paulo. Stanislaw Ponte Preta passou a bola da sua criação para Aloysio Silva Araújo (companheiro na Rádio Mayrink Veiga), que ficou incumbido de desenvolver o programa televisivo.
A escolha a Miss Campeonato em São Paulo recaiu sobre outra Certinha do Lalau: Carmem Verônica. A emissora era aquele em que Aloysio trabalhava: TV Paulista Canal 5. E o elenco não poderia ser melhor: Ronald Golias (São Paulo), Borges de Barros (Corinthians), Walter Ribeiro dos Santos (Palmeiras), Luiz Pini (Santos), Daniel Guimarães (Portuguesa), Chocolate (Ponte Preta), Canarinho (Guarani) e Homem de Mello (XV de Piracicaba). 

1957 Carmem Verônica e Golias no Miss Campenato 11957 Carmem Verônica e Golias no Miss Campenato 3

O programa era ambientado num hotel, chamado FPF Hotel, cujo gerente era Seo Falcolino (Osmano Cardos) numa evidente menção a João Mendonça Falcão, presidente da federação paulista à época.

Carmem Verônica no Miss Campeonato 5

O programa estreou em 12/11/1957 e logo recebeu uma boa crítica em revista.

Revista do Rádio 16/11/1957

Revista do Rádio 16/11/1957

Com os dois programas no ar, Carmem Verônica e Rose Rondelli se transformaram quase numa só. Houve vezes em que Rose Rondelli, por motivo de força maior, precisou ser substituída. E a substituta não poderia ser outra a não ser Carmem Verônica. Assim, como diria Stanislaw, Carmem Verônica era a Rose Rondelli de S. Paulo e Rose Rondelli era a Carmem Verônica do Rio.

Zé Trindade, Carmem Verônica e Rose  Rondelli

Zé Trindade, Carmem Verônica e Rose Rondelli

Em meados de 1958 Carmem Verônica deixa o programa da TV Paulista e Rose Rondelli passa a ser a Miss Campeonato tanto no Rio quanto em Sampa.

Revista do Rádio 1958

Revista do Rádio 1958

Ainda no mesmo ano é ela quem entrega a taça do torneio Roberto Gomes Pedrosa à equipe do Santos FC.

Diário da Noite - 1959

Diário da Noite – 1959

Em 1959 outro mudança no programa da TV Paulista. Rose Rondelli deixa o programa e em seu lugar entra Célia Coutinho, também uma das Certinhas do Lalau. O campeonato paulista de 1959 foi decidido apenas no início de 1960 com a vitória do Palmeiras, que foi – no programa – quem levou a Miss Campeonato para o altar.

Radiolândia - Jan/60

Radiolândia – Jan/60

Já no Rio de Janeiro a Miss Campeonato Rose Rondelli entregava a taça de campeão de 1959 ao Fluminense. 1960 RR 542

O sucesso do programa da PRA-9 fez com que a concorrência procurasse seguir a mesma fórmula, utilizando humor e futebol. O exemplo está na todo-poderosa Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que tentou emplacar um programa semelhante, porém sem o atrativo feminino. 

Revista do Rádio 1959

Revista do Rádio 1959

No final do primeiro semestre de 1960 a TV Tupi do Rio passava também a transmitir Miss Campeonato com base no Campeonato Fluminense. Rose Rondelli, que voltara a apresentar o programa em São Paulo, era, então, três vezes Miss Campeonato: na Mayrink Veiga, na TV Paulista e na TV Tupi-Rio.

1960 rr 587

 Clique no vídeo abaixo e veja Zé Trindade, em depoimento, falando sobre Rose Rondelli, a Miss Campeonato

Em 1961 era a vez de outra Certinha do Lalau assumir o programa Miss Campeonato na TV Paulista: Irma Álvarez, que ficaria até o início de 1962.

1962 rr 644Na segunda metade de 1962 o programa da TV Paulista não seria mais ambientado num hotel e sim numa pensão, a pensão da D. Liga, a mãe da Miss Campeonato. Anilza Leoni , outra Certinha do Lalau, era a nova miss e com um elenco todo renovado para as temporadas de 1962 e 1963.

Foto cedida por Clayton Silva

Foto cedida por Clayton Silva

Na foto acima, de 1963, vemos em pé: Farid Riskalla (Ferroviária); Roberto Barreiros [dulador de vozes de personagens de desenho animado, como Pepe Legal, Babalu, Tartaruga Touché, Hardy “ó vida, ó azar?, Jambo e Ruivão, os dois] (Corinthians); Hélio Athia (Botafogo-RP) e Luís Pini (Santos). No meio: Daniel Guimarâes (Portuguesa), Cláudio Moreno (São Paulo), Anilza Leone [uma das certinha do Lalau] (a Miss), Manoel Inocêncio (Palmeiras) e Diamantina Gomes (dona da pensão e mãe da miss). Agachados:Gilberto Garcia [pai da atriz Isabela Garcia], Francisco Serrano (Bola de Meia, ajudante e garçom da pensão)  e Clayton Silva [tou de olho no senhô] (Juventus). Assim como o programa do Rio de Janeiro, o Miss Campeonato de São Paulo, mesmo depois de 6 anos, continuava sendo atração nas revistas.

Revista Intervalo - 1963

Revista Intervalo – 1963

Em 1964 houve mudanças tanto na TV quanto no rádio. Na TV Paulista seria a vez de Marly Marley, a primeira que não era uma das Certinhas do Lalau, a assumir o Miss Campeonato indo até o ano de 1965.

Revista do Rádio 1965

Revista do Rádio 1965

 Já na Rádio Mayrink Veiga houve primeiro a contratação de Sônia Ferreira, outra que não esteve na listas das Certinhas.

Revista do Rádio 1964

Revista do Rádio Nº 788 1964

Logo em seguida Lígia Rinelli, outra Certinha do Lalau, a última Miss Campeonato do Rádio.

Revista do Rádio 1964

ERevista do Rádio Nº 786 1964

Em 1965, na TV Paulista, uma gaúcha, também uma Certinha do Lalau, seria a última Miss Campeonato: Lueli Figueiró.

Revista do Rádio 1965

Revista do Rádio 1965

Em 1974, a TV Gazeta de São Paulo fez uma tentativa de reapresentar o Miss Campeonato com Lucimara Parisi no papel principal.

Lucimara Parisi na TV Gazeta

Lucimara Parisi na TV Gazeta

O programa ficou no ar por apenas três meses sem, obviamente, conseguir atingir o sucesso dos anos 60/70. 

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Roberto (Robertinho) Silveira

Roberto Silveira

Nome completo: Roberto Silveira de Souza
Nascimento: 24/02/1931 – Santo Antônio de Pádua – RJ
Falecimento: 09/12/2003 – Rio de Janeiro – RJ 

Robertinho Silveira começou a trabalhar ainda criança, vendendo doces para ajudar à família muito pobre. Também trabalhou em laboratório farmacêutico e em escritório de administração. Em 1950 entrou para a Rádio Mayrink Veiga como datilógrafo. Sua função era bater à máquina o estêncil a ser mimeografado com textos de humor escritos por Haroldo Barbosa, Antônio Maria, Leon Eliachar e Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta. Também datilografava os textos humorísticos escritos por Gilberto Martins, diretor artístico da emissora. Certo dia tomou a coragem de escrever um e apresentá-lo ao diretor. Depois de ler, a reação de Gilberto Martins não foi das melhores: rasgou o texto e jogou-o no lixo. “Escreva outro”, foi a ordem que Robertinho recebeu. Logo compreendeu que era para continuar tentando e insistindo. E assim o fez várias vezes até que Gilberto Garcia selecionou um, fez algumas pequenas alterações e ordenou que fosse posto no script do programa que iria ao ar naquele dia. Robertinho havia passado no vestibular do humor e dali para frente nunca mais parou de escrever. De início escrevia três ou quatro textos diário de três minutos de duração. Mas não demorou a tornar-se parceiro de Haroldo Barbosa no horário nobre. Depois vieram as parcerias com Chico Anysio, Antônio Maria e Stanislaw Ponte Preta. Logo depois chegou a escrever três ou até quatro programas diários.
Durante mais de 50 anos viveu na “ponta aérea do humor”, trabalhando entre Rio e São Paulo, simultaneamente. Escreveu programas antológicos para o rádio e a TV, como: “Miss Campeonato”, “Noites Cariocas”, “Chico Anysio Show”, “Balança, mas não cai” e “Escolinha do Professor Raimundo”, dentre vários outros. Em 1958 foi agraciado com o troféu “Microfone de Ouro”, da revista Radiolândia, como o melhor produtor humorístico do ano.
Robertinho Silveira era agitado, notívago e muitas vezes sentimental. Segundo sua filha Marcela, ao completar 40 anos de idade, passou quase a noite toda chorando, imaginando que estivesse ficando velho. Era amigo de todos e de um bom copo, capaz de protagonizar cenas inusitadas. Numa delas, foi embora em alto teor alcoólico de uma festa na casa do amigo Augusto César Vanucci. No dia seguinte recebeu um telefonema de Vanucci que lhe pedia para fosse buscar suas roupas. Robertinho havia ido embora pelado.
Incansável, Robertinho Silveira, mesmo travando uma luta desigual com uma doença, trabalhou criando textos de humor até o último dia da sua vida.
 Clique no vídeo abaixo e assista o depoimento de Roberto Silveira, falando a respeito dos programas de humor da Rádio Mayrink Veiga, nos anos 50 e 60, emissora à qual ele muito tempo pertenceu.

 

PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:

Levertimentos – Rádio Mayrink Veiga – 1954

A cidade se diverte – Rádio Mayrink Veiga – 1954

A grande revista – Rádio Mayrink Veiga – 1954

Vai da valsa – Rádio Mayrink Veiga – 1954 

Vai levando – Rádio Mayrink Veiga – 1954

Miss Campeonato – Rádio Mayrink Veiga – 1957

Miss Campeonato – TV Paulista – 1957

Time da comédia – Rádio Mayrink Veiga (RJ) – 1957

Noites Cariocas – TV Rio – 1958

A Cidade Se Diverte – TV Tupi-Rio – 1960

Comédia, pão e manteiga – TV Paulista – 1960

Folias das mercearias – TV Rio – 1960

Noite de Gala – TV Rio – 1960

TV Se Te Agrada – TV Paulista – 1960

Ô Abre alas – TV Record – 1965

Chico City – TV Globo – 1963 

Stanislaw Ponte Preta Show – TV Tupi-Rio – 1967

Balança, mas não cai – TV Globo – 1968

Sandra e Mieli – TV Globo – 1976

A festa é nossa – TV Globo – 1982

Estúdio A…gildo – TV Globo – 1982

Balança, Mas Não Cai – TV Globo – 1982

Chico Anysio Show – TV Globo – 1982

Humor livre – TV Globo – 1984

Bronco – TV Bandeirantes – 1986

Agildo no país das maravilhas – TV Bandeirantes – 1987 

Cabaré do Barata – TV Manchete – 1988

Escolinha do Prof. Raimundo – TV Globo – 1990

Estados Anysios de Chico City – TV Globo – 1991 

Zorra Total – TV Globo – 1999

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Marcos César

Marcos César

Nome completo: Ary Madureira Filho

25/09/1934 – Sorocaba – SP

15/09/1987 – Sorocaba – SP

Aos 16 anos, Ary Madureira Filho começou a escrever no Diário de Sorocaba a respeito das sessões da Câmara Municipal. Resolveu adotar o pseudônimo de Marcos César por um simples motivo: sabia que seu pai, Sr. Ary Madureira, jamais aceitaria o fato de o filho estar trabalhando com “aquela gente”, isto é, jornalistas.

O texto fino e irônico do jovem chamou logo chamou a atenção dos leitores do jornal, inclusive do seu próprio pai.

Sem saber que falava com o próprio, o Sr. Ary Madureira chegou a comentar com o filho que gostava de ler a coluna daquele tal de Marcos César, que ironizava e satirizava sem piedade as sessões dos vereadores da cidade.

Se as colunas de Marcos César chamaram a atenção dos leitores, o mesmo se deu em relação aos vereadores. E em menos de dois anos Marcos César já era considerado persona non grata na Câmara Municipal de Sorocaba.

Em 1953, já com a ciência do pai, começou a trabalhar na PRD-7 Rádio Clube de Sorocaba. Ali fez de tudo: foi locutor, sonoplasta, redator, autor, radioator até chegar  a diretor artístico da emissora.

Em 1956 chegou ao Rio de Janeiro para estudar e ali conheceu Max Nunes, a quem apresentou alguns textos. Max Nunes ficou encantado com o que leu e imediatamente o indicou a J. Antônio D’Ávila, diretor da Rádio Tupi, que o contratou. Marcos César fez sua estreia programa Super Loja Chegue e Pegue, cuidando dos esquetes humorísticos. Foi sucesso imediato.

Diário da Noite 05/09/1956

Diário da Noite 05/09/1956

Diário da Noite 11/09/1956

Diário da Noite 11/09/1956

No ano seguinte, Marcos César emplaca seu primeiro programa humorístico: Ladrão De Sorrisos. Outro sucesso na Rádio Tupi. Ainda em 1957, estreia no teatro escrevendo o texto para a companhia do produtor Silva Filho, na revista Rumo A Brasília, que tinha Consuelo Leandro e Agildo Ribeiro no elenco.
A facilidade de combinar humor com música valeu a Marcos César grandes sucessos no teatro de revista, como É Tudo Juju-Frufru, Comigo É No Carcará e Menina, Moça  e Mulher.

Mas foi em sua volta a São Paulo, em 1957, que ele pôde desenvolver todo o seu talento para o rádio e a televisão. Primeiro na Rádio Tupi e depois –por intermédio de Blota Jr. – nas Emissoras Unidas, Rádio e TV Record. 

Intervalo 1961

Intervalo 1961

Durante os anos dourados da TV Record, Marcos César criou uma série de programas de sucesso, em geral, mesclando música e humor.

Folha de S. Paulo 1960

Folha de S. Paulo 1960

Cena de 7 Belo Show 1963

Cena de 7 Belo Show 1963

1964

Folha de S. Paulo 1964

Foi dele a criação da primeira novela humorística da televisão brasileira: Ceará contra 007, uma paródia do filme de James Bond Moscou contra 007

São Paulo Na TV 1965

São Paulo Na TV 1965

Marcos César produziu vários programas que mesclavam humor e música. Um de grande sucesso foi Chocolate e seus Bombons, com o comediante Chocolate contracenando com as mais maravilhosas vedetes da época. E por falar em vedetes, Marcos César, simultaneamente ao rádio e à tv, escrevia várias peças para teatro de revista, muitas vezes em conjunto com Wilson Vaz ou José Sampaio.  Foi da paixão pela música que, em parceria com Adoniran Barbosa, ele compôs “Vila Esperança”, uma dentre várias composições.

Ele escreveu textos para os maiores nomes do humor brasileiro, tais como Ronald Golias, Maria Tereza, Pagano Sobrinho, Chocolate, Moacyr Franco, Renato Côrte Real e Chico Anysio, dentre vários outros.

Marcos César fez uma pausa na criação de textos humorísticos para, em 1968, compor Vila Esperança, musicado e gravada por Adoniran Barbosa.        

Em 1971, Marcos César criou Golias Em Circuito Fechado, primeiro espetáculo solo do comediante no teatro. Logo em seguida seria a vez de desenvolver o texto de Chico Anysio… Só.

Desde o final dos anos 70 até meados nos anos 80, Marcos César trabalhou em casa. Gostava de escrever em sua velha Remington. Quando a IBM lançou a máquina elétrica de escrever, sua família resolveu fazer uma surpresa e lhe deu uma de presente.  Para surpresa de Ediça, a esposa, e dos filhos Marcos César, Patrícia e Maria, ele trabalhou apenas uma semana na nova máquina. Em seguida, aposentou-a e tornou a escrever na velha Remington.

 Marcos César foi contratado pela TV Globo, mas recusou-se a sair de Sorocaba e ir morar no Rio. E como fazer para que a emissora carioca recebesse os textos numa época em que ainda não havia fax e muito menos e-mail? Ora, Marcos César telefonava para a produção no Rio de Janeiro e ditava seus textos. Não foi por outro motivo que a Globo resolveu o problema, mandando instalar um Telex em sua casa para que pudesse enviar os textos dentro do prazo.

Na Globo, a principal parceria de Marcos César foi com Chico Anysio com quem já havia trabalhado anteriormente em São Paulo, na TV Record. Foi dele a criação de personagens como Zé Tamborim, Azambuja, O OProfeta e Salomé de Passo Fundo. Sem contar os textos dos monólogos de Chico para o Fantástico.

Mesmo com o telex na casa de Marcos Césara, não foram poucas as vezes em que Chico Anysio recebera o monólogo que fazia no Fantástico poucos minutos antes de entrar em cena. Marcos César era daqueles que esperavam até o limite para pôr suas ideias no papel. Produzia melhor sob pressão. E o mestre Chico Anysio sabia melhor do que ninguém que valia a pena esperar.

Clique no vídeo e relembre um texto escrito por Marcos César, interpretado por Chico Anysio em sua participação no Fantástico.    

 

PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:

Ladrão de Sorrisos – Rádio Tupi – 1957

Rua do sobe e desce – Rádio Record – 1959

Revista Musical Cometa – TV Record – 1959

Entre parentes – Rádio Record – 1959

Tão ruim que nem nome tem – Rádio Record – 1959

Show 713 – TV Record – 1960

O Lento e o Lerdo – TV Record – 1960

Ciranda – TV Record – 1961

Meio diário do meio-dia – Rádio Record – 1961

7 Belo Show – TV Record – 1961

Chocolate e seus Bombons – TV Record – 1964

Jô Show – TV Record – 1964

Grande Show Rivo – TV Record – 1964

O Homem e o Riso – TV Record – 1964  

Os Quatro Homens Juntos – TV Record – 1965

Ceará Contra 007 – TV Record – 1965

Quem Bate – TV Record – 1966

Mãos ao ar – TV Record – 1966

Côrte-Rayol Show – TV Record – 1967

Quadra de Setes – TV Record – 1967

Chico City – TV Globo – 1973

Planeta dos Homens – TV Globo – 1976

Praça da Alegria – TV Globo – 1977

Chico Total – TV Globo – 1981

Chico Anysio Show – TV Globo – 1982

Chico Anysio no Fantástico – 1972/1987

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