Humor Brasileiro

Hebe na Praça da Alegria

Hebe Camargo e Clayton Silva

Hebe Camargo e Clayton Silva

Esta é uma foto rara, que me foi cedida pelo meu saudoso amigo Clayton [tou de ôio no senhô] Silva.
Trata-se do cenário da Praça da Alegria, em 1960, ainda nos tempos da TV Paulista – Canal 5.

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O quase “não” a Rolando Lero

Rolando Lero

Rolando Lero foi um dos maiores sucessos da Escolinha do Professor Raimundo em suas edições a partir dos anos 1990.  Era interpretado magistralmente pelo comediante Rogério Cardoso. Mas, na verdade, o comediante esteve por um fio de não interpretá-lo.
Rogério estava reticente em fazer o personagem. “Fiquei assustado ao ler o texto. Não havia piadas”, afirmaria mais tarde. Rogério, aliás, estava decidido a ir até o Rio de Janeiro para agradecer pessoalmente ao convite de Chico Anysio para participar do programa. Sua ideia era a de agradecer e, ao mesmo, desculpar-se por não aceitar o convite.

Por acaso, Rogério e José Sampaio pegaram o mesmo avião que os levaria de São Paulo ao Rio para a reunião de leitura de texto da Escolinha. E José Sampaio era quem havia criado a estrutura do Rolando Lero. Durante o voo, Sampaio lhe explicou o personagem e apenas disse: “Faça o que está escrito. Vai ser um sucesso”. Ao chegarem ao Rio, o personagem estava pronto, inclusive com a ideia do lenço no bolso do paletó. O restante da historia é de conhecimento geral.

Relembre Rogério Cardoso com seu impagável Rolando Lero.

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Tutuca e o AVC

tutuca

Tutuca (Usliver João Baptista Linhares) é comediante com mais de 50 anos de carreira. Criou personagens como o Clementino, o faxineiro inocente, que jamais percebia que estava sendo paquerado, e ao final do esquete dizia “ah, se ela me desse bola…”
Tutuca está impossibilitado de trabalhar desde que sofreu um AVC. Um amigo nosso, o também comediante Maurício Manfrini (o Paulinho Gogó, de A Praça é Nossa), telefonou para saber como ele estava.

Maurício Manfrini (Paulinho Gogó)

Paulinho Gogó

O diálogo do telefonema foi assim:
— E aí, Tutuca? Como é que você tá?
— Tá tudo bem, meu filho.
— Me diz aí, como foi que aconteceu o AVC?
— Ah, foi simples. Eu tava em casa sem porra nenhuma para fazer, aí pensei “ah, acho que vou ter um AVC”.
E os dois começaram a gargalhar.

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O “cacos” de Amândio

Amândio

Caco é um termo utilizado no meio artístico, sinônimo de improviso. Pôr um caco significa que o ator ou atriz improvisa uma fala (ou, às vezes, uma ação inteira) que não estava prevista no roteiro original.
Em humor e comédia é muito comum a criação de um caco. Ronald Golias, Arnaud Rodrigues, Renato Aragão, Castrinho, Tom Cavalcante são apenas alguns dos comediantes que sempre adoraram pôr um caco em cena.

Quando a televisão ainda era ao vivo, muitas vezes o caco não era apenas uma inspiração momentânea e sim uma necessidade. Ali não dava para vacilar. Se alguma desse errado em cena, o/a comediante deveria ter presença de espírito para consertar na hora.
Amândio Silva Filho era um dos que sabiam improvisar diante de qualquer situação inesperada. 
Em 1957, Amândio e Mário Alimari estrelavam uma série cômica chamada Detetives, na TV Tupi. Numa cena, Alimari deveria servir uma bebida a Amândio, O contrarregra bobeou (ou quis sacanear) e pôs um copo com furo no fundo. Quando Amândio pegou o copo, a bebida começou a escorrer. Ele não teve dúvidas e emendou:
— Copo moderno. Já vem com dosador para mandar uma dose pro santo.

Extremamente míope, Amândio costumava guiar-se apenas pela intuição para seguir as marcas de cena em estúdio quando era obrigado a contracenar sem os óculos. Em geral saía-se bem. Mas nem sempre era assim. Na série Coitado Do Ventura, escrito por Wilson Vaz para a TV Tupi, Amândio deu o desfecho da piada olhando para o lado em vez de olhar para a câmera. O colega, em cena, tentou corrigir a falha
— Ventura, você não deveria dizer isso olhando para aquela lente?
E Amândio, sem ficar numa saia justa, saiu-se com esta:
— Eu olharia de bom grado para as lentes da câmera se o diretor me deixasse usar as minhas. 

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O “causo” da apendicite

Jarara e Ratinho

Jararaca e Ratinho formaram uma dupla que não perdia a oportunidade de provocar as autoridades através de suas músicas e seus esquetes. Formada por José Luís Rodrigues Calazans (1896-1977), o Jararaca, e Severino Rangel de Carvalho (1896-1972), o Ratinho, a dupla se utilizava de sátira, paródia, desafio, non-sense e, sobretudo, jogo de palavras.

Dupla Jararaca e Ratinho

Dupla Jararaca e Ratinho

Jararaca e Ratinho foram fazer show em Belo Horizonte próximo de época em que o então governador Juscelino Kubitscheck ficara internado por causa de apendicite. No entanto, segundo relatos da época, o verdadeiro motivo teria sido um atentado a tiros. O motivo teria sido uma discussão durante uma festa.
Quando chegaram em Belo Horizonte já eram fortes os rumores sobre apendicite/tiro. Sabedor de que a dupla não perdoava ninguém, o empresário que os havia contratado foi incisivo: era proibido tocar o assunto.
O show ia transcorrendo de forma tranquila até que num dado momento o que se ouviu foi o seguinte diálogo da dupla:
— Cunpadre, apendicite mata?
— Não, cumpadre. Apendicite não mata. Mas “abala”. 
Por muito tempo a dupla deixou de ser convidada para fazer show na capital mineira.

Há outra versão do mesmo fato descrita em trecho do livro A Criação de Novos Estados: Verdade e Mito, de Pedro Valle. A versão conta que Sara Kubitscheck, esposa de Juscelino, era quem havia arquitetado a informação da apendicite para as rádios e jornais. E que, sabedores do fato, Jararaca e Ratinho teriam feito a seguinte gozação:
— Cunpadre, afinal, foi bala ou apendicite?
— Sei não, cumpadre. Não se sabe nem se sara ou não sara. 

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