Nome completo: Aloysio Silva Araújo
Nasceu: 18/06/1910 – Nova Friburgo – RJ
Faleceu: 03/06/1974 – São Paulo – SP
Neto do fundador do Laboratório Silva Araújo – criador do Vinho Reconstituinte Silva Araújo –, Aloysio [cuja grafia do nome também é encontrada como Aloísio e Aluísio] chegou a fazer até o 4º ano da faculdade de Direito. Porém, com o falecimento de sua mãe o fez largar a faculdade, pois estava lá apenas para contentá-la. Daí para frente passou a se dedicar exclusivamente à sua verdadeira paixão: a música, através do piano.
Entrou para o rádio em 1933, como pianista, na Rádio Educadora do Brasil-RJ.
Jornal “A Batalha” – 1934
No entanto, uma queda durante um jogo de futebol o impediu de continuar tocando piano. Mas não o impediria de escrever à máquina. Tanto é que em 1934 estrearia pela Rádio Cajuti-RJ – PRE-8 – uma das suas mais famosas criações: Cadeira de Barbeiro.
Diário da Noite – 1934
Em 1936 veio para a Rádio São Paulo, PRA-5, participando do programa “Teatro Alegre”, onde criou e interpretou novo personagem de sucesso: Seo Libório, o bêbado.
O Carioca – 1936
Mesmo assim, não abandonava a música, compondo canções que seriam gravadas por vários cantores e cantoras.
O Carioca – 1936
Em 1941 trouxe de volta o programa que lhe traria o sucesso definitivo no rádio brasileiro: Cadeira de Barbeiro. Em Cadeira de Barbeiro, Aloysio interpretava Papanatas – o fígaro – , que comentava sobre a situação do país com seu cliente. Sua primeira “vítima” foi Manoel de Nóbrega, que se tornou parceiro em diversas outras empreitadas.
Dia´rio da Noite – 1944
Cadeira de Barbeiro era uma crítica ao momento político, social e econômico. Retratava o que acontecia na cidade e no país. Seu sucesso foi tão grande em São Paulo que Aloysio não tardou a levá-loa para o Rio de Janeiro, que – à época – era a capital federal do país. Ali o programa ganhou outros personagens. Além do freguês [interpretado por Otávio França], havia também o engraxate [interpretado pelo comediante Matinhos].
Aloysio, Otávio França e Matinhos – Revista do Rádio – 1949
Papanatas, o personagem interpretado por Aloysio, recebia seus fregueses sempre com a frase “entra, não demora”. A frase tornou-se uma espécie de bordão do programa.
Revista do Rádio – 1949
O sucesso do bordão propiciou, em 1945, a criação de uma marchinha carnavalesca de autoria de Aloysio Silva Araújo e Zé Trindade, interpretada por Aracy de Almeida e com a participação do Otávio França e o do próprio Aloysio. [OUÇA O ÁUDIO DA MARCHINHA DE CARNAVAL “ENTRA, NÃO DEMORA!” AO FINAL DE POST]
Revista Fon Fon 1945
O programa Cadeira de Barbeiro foi veiculado tanto em rádio como em televisão, nos mais diversos prefixos, sempre com o mesmo sucesso.
Com a mesma facilidade com que criou Papanatas, Aloysio Silva Araújo criou vários outros personagens. Dentre eles está o Recrita 23, “o soldado que já nasceu fora de forma”. Suas aventuras aconteciam em parceria com o Recruta 25, interpretado por Zé Trindade. Ambos levavam à loucura o “Seo Sarja”, o sargento interpretado por Urbano Lóes.
Zé Trindade e Aloiysio Silva Araújo nos microfones da Rádio Mayrink Veiga
Criado em 1947, o Recruta 23 tornou-se rápido sucesso, a ponto de Aloysio interpretar seu personagem usando uniforme em pleno auditório da Rádio Mayrink Veiga.
Revista Fon-Fon 1953
Urbano Lóes, Geraldo Carvalho, Aloysio e Macedo Neto durante exibição do programam Recruta 23. Revista Fon Fon – 1951
O recruta também foi transformado em fantasia e em marchinha para o carnaval de 1952, interpretada por Linda Rodrigues, uma composição de Zé Trindade e Aloysio Silva Araújo.
Mas, nem tudo foram flores. Ao mesmo tempo em que o Recruta 23 alcançava altos índices de audiência no rádio muita gente sentia-se desconfortável com a sátira do personagem.
Isso fez com que Aloysio abandonasse o personagem, fato que ganhou capas e páginas de revista na época.
Não era a primeira vez que Aloysio sentia a mão forte da censura. O Recruta 23, o “fígaro” Papanatas e vários de sues personagens sofreram por causa das críticas que Aloysio colocava em seus textos.
Mas esses inconvenientes não eram capazes de frear sua criatividade nem sua sensibilidade. Aloysio continuava escrevendo…
.. e continuava sendo o mesmo pai de uma família adorável….
1946 – Aloysio coma esposa, D. Lúcia, e os filhos Marcos, Fernando e Marta.
1952 – Aloysio diverte-se com a família jogando futebol de botão
… assim como continuava atuando como comediante em seus programas radiofônicos.
Aloysio, Selma Lopes, Neyda Rodrigues e Radamés Celestino durante exibição de um programam na Rádio Mayrink Veiga.
Urbano Lóes (o 1º à esquerda), Max Nunes (o 3º da esquerda para a direita) e Aloysio (o último à direita) em tempos de Sequência G# na Rádio Tupi do Rio.
Por causa do seu jeito amável e sempre simpático, era querido e respeitado por produtores, diretores e artistas.
Aloysio: amabilidade e simpatia
Não houve quem não atendesse a qualquer pedido seu nem quem não defendesse com vontade e bom humor os seus textos.
O cantor Ciro Monteiro e Aloysio Silva Araújo – 1952
Aloysio Silva Araújo contracena com o comediante Chocolate – TV Paulista – 1959 – Programa Lotação Ponto 5
Aloysio Silva ARaújo e o apresentador J. Silvestre – TV Rio – O Riso é o limite
Aloysio Silva ARaújo e a atriz Maria Helena – TV Rio – 1961 – O riso é o limite
Aloysio passou por várias emissoras do Rio e de São Paulo, dentre elas: Rádio São Paulo, Rádio Cultura, Rádio Tupi-SP, Rádio Mayrink Veiga, Rádio Tupi-Rio, Rádio Nacional-RJ, Rádio Record, Rádio Nacional-SP, Rádio Bandeirantes, TV Paulista, TV Tupi, TV Rio, TV Excelsior. – ora criando novo programa, ora participando de programas apenas como autor.
Uma curiosidade: quando em 1956 esteve à frente da direção artística da Rádio Clube de Ribeirão Preto, a famosa PRA-7, Aloysio apostou que no duelo Come-Fogo [Comercial x Botafogo de Ribeirão Preto], o Comercial, clube pelo qual tinha simpatia, sairia vencedor. Caso não o fosse, ele comeria grama em plena praça pública. Pois o Comercial perdeu, e então…
Em 1964, dedicando-se à pintura, deixou seis quadros seus expostos na Galeria Astreia.Aos poucos foi se afastando do rádio e da tevê. Mas teve tempo ainda de ver sua filha, Marta, iniciar a carreira de cantora.
Revista do Rádio 1965
Revista do Rádio 1965
Revista Intervalo 1967
Faleceu em 1974 e sua morte foi sentida em todo o meio artístico. O programa “Viagens para a Vida”, apresentado pela atriz Vida Alves, pela TV Record de São Paulo, foi totalmente dedicado à sua memória. Ali compareceram Manoel de Nóbrega, Chocolate, Walter Ribeiro dos Santos, Zilda Cardoso, e vários outros artistas, com o intuito de prestarem homenagem à vida e á obra não só de um grande profissional, mas de um grande amigo.
PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:
Cadeira de Barbeiro – Rádio Cajuti-RJ – 1934
Teatro Alegre – Rádio São Paulo – 1937
Foles – Rádio Kosmos – 1939
Programa do almoço – Rádio Mayrink Veiga – 1940
Cadeira de Barbeiro – Rádio Gazeta-SP – 1941
Audições Rataplan – Rádio Tupi-RJ – 1945
Folias na Taba – Rádio Tupi-RJ – 1945
Programa Aloysio Silva Araújo – Rádio Mayrink Veiga – 1947
Programa Aloysio Silva Araújo – Rádio Nacional – 1948
Restaurante Sublime Indulgência – Rádio Bandeirantes – 1949
Colégio da Folia – Rádio Bandeirantes – 1949
Expresso da Alegria – Rádio Bandeirantes – 1950
Recruta 23 – Rádio Mayrink Veiga – 1951
Ritmo e Alegria – Rádio Mayrink Veiga – 1951
O bonde de São Januário – Rádio Mayrink Veiga – 1953
Memórias de dois ladrões – Rádio Record – 1952
Mesa Quadrada – TV Tupi – 1953
Restaurante Sublime Indulgência – Rádio Nacional-RJ – 1953
Jackie, O Recruta – Rádio Tupi-RJ – 1953
As cartas de Inácio – Rádio Tupi-RJ – 1953
Rio, cidade aberta – Rádio Tupi/Tamoio-RJ – 1954
Janela Aberta – Rádio Nacional-SP – 1955
Banquete dos Astros – Rádio Nacional-SP – 1955
Cadeira de Barbeiro – Rádio Nacional-SP – 1955
Aqui está o palco – Rádio Nacional-SP – 1955
Recruta 23 – TV Paulista – 1955
Levertimentos – Rádio Mayrink Veiga – 1957
A cidade se diverte – Rádio Mayrink Veiga – 1957
Miss Campeonato – Rádio Mayrink Veiga – 1957
Largo do Arroz – TV Paulista – 1958
Aloysio e suas garotas – TV Paulista – 1958
Miss Campeonato – TV Paulista – 1958
Godofredo – TV Paulista – 1959
Noite de Gala – TV Rio – 1959
Drops do Dia – TV Paulista – 1959
Lotação Ponto Cinco – TV Paulista – 1959
Super Show – TV Tupi-Rio – 1959
Rio Num Te Guento – TV Rio – 1959
Alegria Sadia – Rádio Nacional-SP – 1959
Comédia, Pão e Manteiga – TV Paulista – 1960
Milhões de Napoleões – TV Paulista – 1960
Praça da alegria – TV Paulista – 1960
Humor em Grãos de Ouro – TV Paulista – 1960
São Paulo Num Te Guento – TV Paulista – 1960
O Grande Espetáculo – TV Paulista – 1960
Super Show – TV Tupi – 1960
O Riso é o limite – TV Rio – 1960
Bar do Ponto – TV Paulista – 1961
Sequência em Ri Maior – TV Paulista – 1962
Noturno em Ré Maior – TV Paulista-SP – 1962
Cadeira de Barbeiro – TV Paulista – 1963
O Esquema é Nancy – TV Rio – 1963
A cidade se diverte – TV Excelsior – 1963
Confusão em Bang-Bang – TV Rio – 1963
Zilda Cardoso em 23 polegadas – TV Paulista – 1963
Zilda vale um show – TV Paulista – 1964
Você vale um show – TV Paulista – 1964
Show Riso – TV Excelsior – 1967
Aquela feliz cidade – TV Excelsior – 1968
Galeria – TV Excelsior – 1969
Clique no player e ouça a marchinha “Entra, Não Demora!” do carnaval de 1952 e ouça – além de interpretação da cantora Aracy de Almeida – Aloysio Silva Araújo como Papanatas contracenando com Otávio França.