Humor Brasileiro

Stuart, o aloprado

00 Walter_Stuart1

Nome completo: Walter Canalles
Nascimento 27/07/1922 – Birigui – SP
Falecimento 11/02/1999 – São Paulo – SP 


O humor estava no sangue de Walter Stuart, que era primo-irmão de Oscarito, um dos maiores nomes do humor no cinema brasileiro. Nascera numa família dona de um circo, o Circo Canalles. Durante quase 30 anos Walter acompanhou a família na vida circense até que seu pai resolveu vender o circo e ir para São Paulo. Motivo: havia sido inaugurada a primeira emissora de televisão no Brasil, a TV Tupi de São Paulo. 
A Tupi contratou não apenas Walter, mas a família Canalles inteira: seu pai e sua mãe; seus irmãos, Cathy e Henrique, e até seu filho Adriano, ainda um garoto. O teste fora feito por Oduvaldo Viana. Todos foram contratados como atores, menos Walter e seu irmão Henrique. Ambos foram transformados em diretor de estúdio, uma função de grande importância na época. Criativo e inquieto, Walter não demorou a começar também a representar. Foi mestre de cerimônias do Circo Bom-Bril.

Walter Stuart - 1957

Walter Stuart – 1957

Em 1954 criou A Bola do Dia, apresentado por ele e o ator David Netto. A Bola do Dia era pouco mais que uma piada encenada focalizando um assunto do cotidiano. O programa, que estava sempre em cima da atualidade, tinha apenas cinco minutos de duração, mas era sucesso absoluto, resultando em comentários no dia seguinte. Permaneceu no ar por 10 anos.

Walter Stuart e David Neto

Walter Stuart e David Neto Livro TV Tupi – Coleção Aplauso

Criou outros programas de muito sucesso, tais como Olindo Topa Tudo, que era feito sempre em externas.

Revista 7 ?Dias na TV1957

Revista 7 ?Dias na TV1957

Olindo Topa Tudo era um programa ao vivo, que, pelo nome já dá pra perceber que era uma bagunça total. Na mesma época, a Tupi de São Paulo apresentava, também ao vivo, o seriado O Falcão Negro, com José Parisi, que era aventuras de capa e espada, o maior sucesso do momento. Stuart morava a duas quadras da emissora. Logo, vivia lá mesmo que não tivesse o que fazer. Certo dia, durante um episódio de Falcão Negro, AO VIVO, José Parisi foi surpreendido por alguém que batia à porta. Aquilo não estava programado. Estranhou, mas abriu a porta. E Parisi, com roupas de época, deu que cara com quem? Com Stuart, de roupas normais, com um papel na mão. Stuart com seu cinismo habitual:
— Sua graça, por favor?
— Falcão Negro, disse Parisi, espumando de raiva.
— Telegrama para vossa pessoa.
Stuart entregou o papel e foi embora. Parisi ficou possesso. Quando o programa terminou, ele nem se trocou. Saiu de Falcão Negro pela rua e foi até a famosa Padaria Real, ponto de encontro dos artistas da TV Tupi. E lá estava o Stuart tomando seu café tranquilamente. Não fosse a turma do deixa-disso e Parisi teria dado uma surra em Stuart. Parisi saiu dali jurando vingança. Passam-se alguns meses. UM dia, Stuart está encenando Olindo Topa tudo, AO VIVO, quando alguém bate à porta, algo fora do script. Stuart abre. Era o Parisi de Falcão Negro com um papel na mão.
— Seo Olindo Topo Tudo? – disse ele, sorridente.
Mas para surpresa, a resposta de Stuart foi:
— Não, o Olindo não mora mais aqui. Algum recado pra ele?
Sem saber o que dizer, Parisi entregou o papel já amassado de tanta raiva.
— Sim, entregue esse telegrama pra ele.
Foi então que Stuart saiu-se com essa:
— Pois não,. Sua graça, por favor?
— Falcão Negro, disse novamente espumando de raiva.
— Hum, e como é que o senhor pode trazer um telegrama se na sua época o telegrama ainda não foi nem inventado?
Parisi disse “não sei” e foi embora batendo a porta fazendo balançar o cenário todo.
Já em TV Stuart Canal 0 ele parodiava e satirizava o meio circense, que tanto conhecia.

Revista Intervalo 1964

Revista Intervalo 1964

Outra grande criação de Stuart foi “Vai Graxa, Dotô?”, programa em que ele  interpretava um engraxate negro que atendia ilustres clientes – políticos, em sua maioria –, fazendo uma divertida entrevista.

Governador Adhemar de Barros e Walter Stuart - 1962

Governador Adhemar de Barros e Walter Stuart – 1962

WalterStuart2

Na TV Record – Walter Stuart tendo à sua esquerda Sílvio Luiz

Participou de vários programas, trazendo ao palco toda a sua experiência circense. Eram esquetes que quase não possuíam falas e Stuart muitas vezes atuava sozinho. Era comum vê-lo escalar uma parede de quatro ou cinco metros de altura para pendurar uma simples faixa e, de repente, despencar do alto. Ou então destruir um cenário inteiro na tentativa de matar um mosquito que não o deixava dormir.
Relembre Walter Stuart no programa Praça da Alegria, na Tv Tupi, em 1974, contracenando com Manoel de Nóbrega e Durval de Souza. 

Foram inúmeras as vezes em que se machucou em cena até com certa seriedade. E, por vezes, acabava também machucando algum colega. Ficava triste, mas na semana seguinte o fato tornava a se repetir.
Segundo Adriano Stuart (Adriano Roberto Canales 1944-2012), seu filho e também ator/diretor, Walter Stuart atuava 24 horas por dia, dentro e fora da televisão. Certa vez, foi em viagem para captar imagens de Olindo Topa Tudo no Alto Xingu, a convite do sertanista Orlando Villas Boas. Na selva, Stuart fingiu que ia bater no diretor Luiz Gallon, mas os índios levaram a sério a brincadeira e acabaram por atirá-lo no rio.
Walter Stuart fez também novelas e filmes. Um de seus últimos trabalhos em tevê foi interpretar um amalucado dono de bar, contracenando com Carlos Alberto de Nóbrega, em A Praça É Nossa, no SBT. 
Em 1999, já afastado do meio artístico, veio a falecer depois de travar uma luta contra um câncer no pâncreas durante oito meses.
Walter Stuart foi, talvez, o mais imprevisível comediante e humorista de televisão brasileira.

PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR:

Circo Bombril – 1952 – TV Tupi

A Bola do dia – 1954 – TV Tupi

Novas Atrações Pirani – 1957 – TV Tupi

Cássio Muniz em Revista – 1957 – TV Tupi

Olindo Topa-Tudo – 1957 – TV Tupi

Seo Genaro – 1958– TV Tupi

Seo Peppino – 1960 – TV Tupi

Va graxa, dotô? – 1962 – TV Execelsior

A Cidade se diverte – 1963 – TV Excelsior SP

São Paulo Se Diverte – 1963 – TV Excelsior SP

Show Riso – 1963 – TV Excelsior

TV Stuart Canal 0 – 1964 – TV Excelsior SP

Nós na cidade – 1965 – TV Excelsior

A Cidade Se Diverte – 1965 – TV Excelsior

Praça Brasil – 1987 – TV Bandeirantes

A Praça é Nossa – 1987 –  SBT

 

FacebookTwitterGoogle+

Nancy Wanderley

Nancy Wanderley CLOSE

Nome completo: Stelita de Souza
Nascimento 25/02/1927 – Rio de Janeiro – RJ
Falecimento 09/12/2008 – Florianópolis – SCchico

Após completar o ginásio, Stelita resolveu participar de um tete para novos radioatores no programa comandando por Ary Barroso na Rádio Tupi. Como sabia que a família seria contra, resolveu inscrever-se com outro nome. E o fez com o primeiro que lhe veio à cabeça: Nancy Wanderley. E com esse nome, criado de improviso, ela foi aprovada e contratada.
Sua primeira participação foi no programa Um Casal Do Barulho, em 1943, ainda com 16 anos. Sua estreia em radionovelas deu-se em Isabel Era Um Anjo.Durante dois anos Nancy alternou participações nas radionovelas da Rádio Tupi e no programa Teatro Fônico, pela PRB-7, Rádio Educadora do Brasil.

Diário da Noite 1943

Diário da Noite 1943

Em 1943, Nancy estreou no humorístico Pandemônio, na Rádio Tupi, ao lado do comediante Germano [João Lopes Dias]. A facilidade em criar e adaptar-se a personagens logo chamaram a atenção de Haroldo Barbosa, que a escala em seus programas na emissora.
Em 1951 foi convidada a fazer parte da companhia teatral de Silveira Sampaio [José Silveira Sampaio].

Jornal do Brasil 1951

Jornal do Brasil 1951

A estreia na peça Flagrantes do Rio foi aclamada pela imprensa. Dali em diante, Nancy Wanderley iria emplacar um sucesso após outro: Um Americano em Recife, O Diabo em 4 Corpos, Um Homem Magro entra em Cena e outras. Da mesma forma, Nancy foi sucesso total nas revistas de Carlos Machado, tais como Mulher é o Diabo, Este Rio Moleque e Do Entrudo ao Vale Tudo.
Nancy foi eleita a revelação 1951 no teatro. Além dos palcos, ela também dividia seu tempo com o rádio e a TV Tupi.

Diário da Noite 1952

Diário da Noite 1952

Contratada pela Rádio Mayrink Veiga em 1952, passou a fazer parte de um dos maiores casts de humor do rádio brasileiro, chegando a se apresentar em três programas diferentes por dia. Foi nessa emissora que ela conheceu Chico Anysio com quem se casou em 1956. Em virtude do desquite em seu primeiro casamento, Nancy casou-se com Chico na Igreja Ortodoxa, na embaixada do México. Dessa união nasceria Lug de Paula [Luís Guilherme de Souza Paula], que mais tarde viria a interpretar o personagem Seo Boneco na Escolinha do Professor Raimundo.

Chico, Lug e Nancy 1957

Chico, Lug e Nancy 1957

Juntos, Chico e Nancy protagonizaram vários trabalhos no rádio quanto na televisão. Sempre programas de sucesso: Vai levando; Balbina, meu xodó; Time da Comédia; A Cidade Se Diverte; Esse Norte é de Morte; Val da Valsa… Chico criava e escrevia; Nancy interpretava. Ainda encontraria tempo para dublar a fada Flora do desenho de A Bela Adormecida, em 1959.

Nancy e Zé Trindade 1958

Nancy e Zé Trindade 1958

Não demoraria muito para que ela fosse convidada para ir às telas. Participou com o mesmo brilhantismo de comédias como O Petróleo é Nosso, No Mundo da lua, O Camelô da Rua Larga, Eu Sou o Tal, Massagista da Madame, Quem Roubou o Meu Samba? e O Batedor de Carteiras. Estrelou ao lado de nomes consagrados da comédia: Violeta Ferraz, Vagareza, Zé Trindade, Walter D’Ávila, Ankito, Maria Vidal e outros.
Versátil e engraçada por natureza, Nancy Wanderley era considerada uma atriz que tinha um palco na garganta devido aos seus enormes recursos. Cantava, tocava violão, dançava (adorava dançar frevo). Tinha facilidade em compor personagens cômicos, principalmente tipos nordestinos.

Revista do Rádio 1963

Revista do Rádio 1963

A criação de tais tipos serviu de inspiração para várias comediantes, como Consuelo Leandro, por exemplo. Era torcedora do Fluminense e do que menos gostava na vida era ouvir conselhos.

Revista do Rádio 1964

Revista do Rádio 1964

Era considerada uma comediante desastrada, como escreveu certa vez o humorista Antônio Maria: “Nancy Wanderley é a campeã brasileira de quedas. Ao menos uma vez por semana ela cai da cadeia ou dá uma topada federal na porta do elevador”. [Jornal Última Hora 13/06/1952].
Seu último trabalho artístico foi como protagonista da novela Rosa Baiana, de Lauro César Muniz, levada ao ar pela TV Bandeirantes, em 1981.
Depois desse trabalho, por razões pessoais, abandonou a carreira artística, indo viver voluntariamente reclusa em Florianópolis até o dia do seu falecimento.

ASSISTA A UMA CENA DE NANCY WANDERLEY NO FILME “EU SOU O TAL”, DE 1959, CONTRACENANDO COM CHICO ANYSIO E VAGAREZA.

 

PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:
Casal do Barulho – Rádio Tupi (RJ) – 1941
Teatro Fônico – Rádio Educadora do Brasil (RJ) – 1943
Pandemônio – Rádio Tupi (RJ) – 1945
Teatro Eucalol – Rádio Tupi (RJ) – 1946
Alice no país da música – Rádio Tupi (RJ) – 1948
Rua da Alegria – Rádio Tupi – 1951
O bar do Carlos – Rádio Tupi (RJ) – 1952
Aquela casa de família – Rádio Tupi (RJ) – 1952
A alegria da rua – Rádio Mayrink Veiga – 1952
A grande revista – Rádio Mayrink Veiga – 1954
Vai levando – Rádio Mayrink Veiga – 1954
Levertimentos – Rádio Mayrink Veiga – 1954
Balbina, meu xodó – Rádio Mayrink Veiga – 1956
Vai da valsa – Rádio Mayrink Veiga – 1956
Vai levando – Rádio Mayrink Veiga – 1956
A cidade se diverte – Rádio Mayrink Veiga – 1956
Esse norte é de morte – Rádio Mayrink Veiga – 1956
Time da comédia – Rádio Mayrink Veiga – 1957
Romeu e Julieta – TV Tupi   1958

Feijão… arroz… alegria – TV Tupi – 1959
Clímax para milhões – TV Paulista – 1960
Comédia, pão e manteiga – TV Paulista – 1960
Milhões de Napoleões – TV Rio – 1960
Folias das mercearias – TV Rio – 1960
Noite de Gala – TV Rio – 1960
Noites Cariocas – TV Rio – 1961
Nordeste da peste – TV Rio – 1961
Praça da Alegria – TV Paulista – 1963
O riso dos cinco – TV Paulista – 1963
Regra de Três – TV Rio – 1963
O Esquema é Nancy – TV Rio – 1963
Chico Anysio Show – TV Excelsior – 1963
Musicomédia – TV Rio – 1964
Nós na cidade – TV Excelsior – 1965
Viva o Vovô Deville – TV Excelsior – 1965

FacebookTwitterGoogle+

Nhô Totico e a 1ª escolinha

Nhô Totico, criador da primeira escolinha no rádio

Nhô Totico, criador da primeira escolinha no rádio

Nome completo: Vital Fernandes da Silva
Nascimento 10/05/1903 Descalvado – SP
Falecimento 04/04/1996 – São Paulo – SP 

Filho de imigrante italiana e de músico baiano, Vital Fernandes da Silva teve sua primeira experiência artística já aos 4 anos de idade na pequena cidade de  Descalvado, interior de São Paulo. Seu pai – que se tornara sócio do cinema da cidade – fazia acompanhamento musical durante a exibição dos filmes mudos. Isso deu oportunidade para que Vital e algumas outras crianças enriquecessem as cenas criando efeitos sonoros atrás da tela.
Veio para São Paulo aos 10 anos acompanhando a família. Um ano depois foi apresentado aos Frades do Convento de São Francisco, instituição localizada ao lado da Faculdade de Direto do Largo São Francisco. Ali, Vital começou a cuidar a encenar e dirigir peças teatrais. Notabilizava-se pela facilidade em lidar com o humor e não demorou a se tornar humorista oficial da turma de direito do diretório acadêmico XI de Agosto. O jornal Correio Paulistano de 27/05/1926 registra sua participação em evento organizado pela Associação de Ex-Alunos Salesianos.     

1927-02-01 Correio Paulistano

Embora mantivesse o sonho de ser artista, Vital conseguiu emprego  na Repartição de Águas e Esgotos. Em 1932, com o inicio da revolução, ingressou nas tropas paulistas e foi enviado para o interior do estado. Com o final da revolução, retornou à capital onde tentou fazer um teste na Rádio Educadora Paulista, ocasião em que, pela primeira vez utilizou o pseudônimo de Nhô Totico, com base em seu apelido de infância: Totó.
O teste foi um fiasco, segundo declarações do próprio Nhô Totico. Mas logo em seguida ele seria levado pelas mãos de Enéias Machado de Assis, radialista e estudante de Direito, a conhecer Olavo Fontoura, jovem diretor e proprietário de uma rádio clandestina chamada DKI, A Voz do Juqueri. Em novo teste e já com o pseudônimo Nhô Totico, ele improvisou um rápido teatrinho fazendo todas as vozes dos personagens e também os efeitos especiais. Isso lhe valeu espaço para apresentar um programa na emissora, embora sem remuneração. O nome do programa era XPTO – Vila da Arrelia (sendo XPTO, à época, era uma sigla que considerava, de forma jocosa, algo magnífico). 

Correio Paulistano 24/11/1934

Correio Paulistano 24/11/1934

Em 1934 a rádio deixaria de ser clandestina, surgindo, então, a Rádio Cultura de São Paulo, PRE-4, onde NHô Totico, além de continuar com seu XPTO Vila da Arrelia, também lançou DKI, Nhô Totico em Jerusalém de DKI e As peripécias de Nhô Totico. Nesse programa, Nhô Totico criava e interpretava todos os personagens: Caropita, uma italiana que estava louca para se casar. Esse personagem possuía o bordão “é sortero ô cajado?”, que se tornou famoso. Outros personagens eram Beppo, pai de Caropita; Manoel, amigo da família; Salim, o homem da prestação; Sayamoto, o motorista e o nordestino Soldado 39. Nhô Totico não fazia o texto previamente. Tudo ia surgindo de improviso. O sucesso de Nho Totico era tão grande que Rádio Cultura era chamada de “a rádio do Nhô Totico”. 

Correio Paulistano 1935

Correio Paulistano 1935

No ano seguinte, Nhô Totico foi contratado pela Rádio Record e ali, sempre em total improviso, surgiu a Escolinha da Dona Olinda, o primeiro programa com esse tipo de formato. Da mesma forma como fizera em seu primeiro programa na Rádio Cultura, ele criou e interpretava todos os personagens da Escolinha de Dona Olinda. E, como sempre, na base do improviso. Os alunos representavam um painel da sociedade Brasileia na época: Chiquinho, menino da cidade, inteligente; Chicote, garoto nordestino, valentão; Chicória, filho de italianos, torcedor do Palestra Itália; Jorginho, filho de turcos que tinham uma “lojinha”; Sebastião, o menino caipira, e Soko, o garoto japonês. O sucesso de Chiquinho, Chicote e Chicória era tão grande que os três tiveram um programa só seu. 

Estadão 08/11/1936

Estadão 08/11/1936

Em 1938, já consagrado com sua escolinha, Nhô Totico retornou à Rádio Cultura, cujo auditório recém construído havia recebido o nome de Palácio do Rádio. De início voltou apresentando seu XPTO – Vila da Arrelia, às 22 horas. A emissora recebeu pedidos para que ele voltasse a fazer seu programa infantil. Duas semanas depois, Nhô Totico passaria a ter jornada dupla na emissora: além do programa noturno ele passou a ter outro, vespertino. Aliás, Nhô Totico vivia, na verdade, jornada tripla, pois jamais abriu mão de seu emprego na repartição. Inicialmente, o programa infantil contava as aventuras do detetive Nhô Totico e seu cão Perdigueiro no combate à terrível Quadrilha de Aço. Mas logo em seguida ele voltaria com sua escolinha. 

Correio Paulistano 1938

Correio Paulistano 1938

Ao voltar com a Escolinha de D. Olinda, Nhô Totico foi informado sobre a impossibilidade de usar os nomes Chiquinho, Chicote e Chicória, os três personagens mais famosos. Motivo: a Rádio Record registrara tais nomes. Os personagens foram, então, rebatizados. Em lugar de Chiquinho, Chicote e Chicória surgiram Minguinho, Mingote e Mingau. Mudavam os nomes, mas o sucesso seria o mesmo. nho_totico

 

Nhô Totico e sua trupe era cada vez mais solicitada para participação em eventos artísticos. Divide o palco com celebridades da música como Carmem [e sua irmã Aurora] Miranda e Francisco Alves. Afinal, todos querem ver aquele homem que, sozinho, era um elenco inteiro.
Vez por outra, Nhô Totico trazia à escolinha a sua formação católica: “Menino, preste atenção à aula. Na escola e na missa não se olha para trás”, dizia D Olinda. 

Nh-- Totico

Em 1940, tornou-se contratado exclusivo da Gessy–Lever, considerado, até então, o maior contrato do meio radiofônico, consequência natural do seu enorme sucesso. Segundo o jornal Correio Paulistano de 17/09/1940, mais de mil fãs iam diariamente ao estúdio do Palácio do Rádio para assistir ao humorista.  Na mesma época, Nhô Totico passava a apresentar seu programa também pela Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro. Nho-Totico-anuncio-Gessy

Em Janeiro de 1941 seria obrigado a dar uma pausa em suas atividades em virtude do falecimento de D. Catharina, sua esposa. Embora o conteúdo do programa fosse simples e inocente, Nhô Totico não perdia a oportunidade para alfinetar o governo Getúlio Vargas.  Certa vez, sua D. Olinda, em plena aula, vociferou “fica quieto, menino, se não você vai ficar de castigo e ouvir a Hora do Brasil”. 

Nh-- Totico2

Nova mudança de emissora aconteceria e a 07/09/1949 as edições da Folha da Manhã e da Folha da Noite anunciavam a estreia de Nhô Totico na Rádio América. No ano seguinte ele seria agraciado com o Troféu Roquette Pinto como melhor humorista de rádio. 

Folha da Manhã 09/07/1947

Folha da Manhã 09/07/1947

Em 1960 encerraria sua carreira no rádio, tendo, nesse meio tempo, também uma passagem de uma temporada no rádio de Minas Gerais.
O ano de 1960 também marcaria seu ingresso na televisão, através da TV Excelsior de São Paulo. Ali permaneceria até 1962 quando, então, encerrou sua carreira, sendo, vez por outra, convidado para participações especiais em programas de rádio e TV. Rolando Boldrin, em seus tempos de TV Globo, levou-o várias vezes ao seu programa Som Brasil. E Nhô Totico, já com mais de 80 anos, revivia seus personagens, como sempre, de improviso. 

São Paulo na TV - 1960

São Paulo na TV – 1960

Segundo Rolando Boldrin, Nhô Totico, antitabagista convicto costumava enviar um cartão a seus amigos fumantes com uma piadinha rápida: “Burro fuma? Não! Logo, o burro é mais inteligente que você”.
Nhô Totico faleceu em 1996 tendo ao lado a sua segunda esposa, D. Jutta Hetel Fernandes da Silva, com que se casara em 1946. 

PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:

XPTO Vila da Arrelia – Rádio Cultura – 1934

DKI – Nhô Totico em Jerusalém – Rádio Cultura – 1934

DKI – Nhô Totico e suas peripécias – Rádio Cultura – 1934

Chiquinho, Chicote e Chicória – Rádio Record – 1935

Escolinha da D. Olinda – Rádio Record – 1935

Nhô Totico detetive – Rádio Cultura – 1938

Escolinha da D. Olinda – Rádio Cultura – 1938

XPTO Vila da Arrelia – Rádio Cultura – 1938

Programa Nhô Totico – Rádio Mayrink Veiga – 1940

Programa Nhô Totico – Rádio América – 1947

Programa Nhô Totico – Rádio Inconfidência – 1950

 Programa Nhô Totico – TV Excelsior – 1960

Clique no player e ouça um trecho da Escolinha da Dona Olinda de 1947 interpretada por Nhô Totico.

FacebookTwitterGoogle+

Amândio, o eclético

Amândio Silva Filho

Nome completo: Antônio Amândio Alves da Silva Filho
25/11/1926 – Belém – PA
1993 – Rio de Janeiro – RJ

 7 Dias Na TV 1957

7 Dias Na TV 1957

“Nasci em Belém do Pará, o qual não conheço, pois de lá me tiraram aos dois anos de idade, sem meu consentimento”. Foi desta forma que Amândio escreveu em pequena autobiografia no nº 252 da revista 7 Dias Na TV, de 1957.
Amândio começou a estudar teatro no Teatro do Estudante do Rio Grande do Sul. Paralelo aos estudos conseguiu espaço como locutor na Rádio Farroupilha e como redator do Diário de Notícias, chegando, inclusive, a ser crítico de artes.
No início dos anos 50, aceitou o convite do diretor teatral Luís Tito e mudou-se para São Paulo onde foi apresentado a Júlio Gouveia, então produtor da TV Tupi. No programa infantil comandado por Vera Nunes fez sua estreia na TV, ao lado de Heleninha Silveira, Guilherme Corrêa e Lires Castelani.
No teatro, participou da companhia de Maria Della Costa e logo em seguida fez dois anos de teatro de revista, sendo um como primeira figura masculina e outro como diretor. É nesse período que forma dupla de comediantes com Dorinha Durval sempre com grande êxito.
Porém, foi na televisão que seu nome começou a despontar, conseguindo desenvolver excelentes personagens cômicos.

7 Dias Na TV - 1958

7 Dias Na TV – 1958

Na TV Tupi ele era costumeiramente convidado para integrar o elenco do TV de Comédia e diversos programas e shows da emissora. Em 1957 o jornal Folha da Noite o classifica como “o incansável criador de tipos”.
Suas atuações o levaram a receber o cobiçado Troféu Roquette Pinto como revelação do ano de 1957. Nessa época era casado com a atriz Nadir Rocha. Amândio era alto, magro e um tanto quanto pálido. Nadir era uma morena exuberante.  A disparidade do casal fazia com Amândio disse que, depois de casado, passara a ser o homem impossível. Isso porque – segundo ele – cada vez que alguém descobria com quem ele havia se casado sempre dizia: “Você? Impossível!”
Tendo passado a trabalhar com o Grupo Folclórico Brasileiro, de Barbosa Lessa, Amândio tornou-se também contratado da Barbosa Lessa Produções. Foi nesse período que alternou inúmeras participações de programas humorísticos e comédias na TV Tupi, TV Paulista e TV Excelsior.  Assim, o britânico Sandarino de Bourbon, o maestro Hi-Fi-El, o coitado do Ventura ou Vivaldino Mulherengo foram personagens que caíram com facilidade no gosto do público e dos críticos.

7 Dias na TV 1958

7 Dias na TV 1958

Folha de S. Paulo - 1960

Folha de S. Paulo – 1960

Revista do Rádio - 1962

Revista do Rádio – 1962

São Paulo na TV 1961

São Paulo na TV 1961

Diário da Noite 1964

Diário da Noite 1964

Em 1965, Amândio foi contratado pela TV Globo e logo em seu primeiro trabalho ele estourou com o personagem O Amigo do Guedes, no programa Bairro Feliz, criação da dupla Max Nunes e Haroldo Barbosa.

Amândio 1965

Intervalo 1965

Participou de vários programas da emissora como, por exemplo. A Praça Da Alegria.

Walter D'Àvila e Amândio - 1977

Walter D’Àvila e Amândio – 1977

Voltou a ter sucesso com o personagem Bigode, o amigo do jogador Coalhada, personagem de Chico Anysio, inicialmente em Chico City 

Coalhada e Bigode

Coalhada e Bigode

Em 1981, Amândio foi contratado pelo SBT, a última emissora de televisão na qual viria a trabalhar.
Durante muito tempo Amândio dividiu-se entre televisão, teatro e cinema, alternando papéis cômicos e dramáticos. Casei-me com um Xavante, Imitando o sol, O Homem Que Comprou O Mundo,  Manicure A Domicílio, Confissões Do Frei Abóbora e A Espiã Que Entrou Numa Fria são alguns de seus trabalhos na tela.

Cena do filme A Espiã Que entrou Numa Fria

Cena do filme A Espiã Que entrou Numa Fria

No teatro e teatro de revista foram inúmeros os seus sucessos: Uma Mulher Pra todas As Estações, O Canto Da Cotovia, A Cama (com tudo em cima), As Virgens da Barra e O Analista De Bagé.
Seu último trabalho em televisão foi ao lado de Castrinho, José Vasconcelos e Cláudio Correia e Castro na minissérie La Mamma, da TV Globo, em 1990, que tinha Dercy Gonçalves como protagonista.
Amândio faleceu em 1993 já completamente afastado do meio artístico. Deixou uma filha, Luciana, fruto do seu relacionamento com a artista plástica Marizalva, sua segunda esposa. Seu um neto, Lucca, não chegou a conhecê-lo.
Clique no vídeo e relembre Amândio Silva Filho em ação no episódio O Homem Do Realejo, na série Vigilante Rodoviário, em 1961.

PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:

Boa noite, senhores – Rádio Farroupilha-RS – 1952

Onde está Dona Judith – Rádio Farroupilha-RS – 1952

Benzinho e Benzoca – Rádio Farroupilha-RS – 1952

Detetives – TV Tupi – 1957

Marmelândia – TV Tupi – 1957

Show Pirani-Vigorelli – TV Tupi – !957

Os namorados da Dondoca – TV Tupi – 1958

Aventuras do Maestro Hi…Fi…El – TV Tupi – 1958

Sandarino Bourbom – TV Tupi – 1959

A Cabeçuda – TV Cultura – 1960

Vivaldino Mulherengo – TV Excelsior – 1960

Que rei sou eu? – TV Excelsior – 1961

Charada Show Pirani – TV Excelsior – 1962

Histórias para Sorrir  – TV Excelsior – 1962

Além da Diversão – TV Excelsior – 1962

Cynar Faz o Show – TV Paulista – 1962

Quando menos se espera – TV Tupi – 1963

Ah…legria Kolynos – TV Tupi – 1963

Pandegolândia – TV Tupi – 1964

Coitado do Ventura – TV Tupi – 1964

Dercy Merci Beaucoup  – TV Excelsior – 1964

Tiro e Queda – TV Tupi – 1965

E O Espetáculo Continua – TV Tupi – 1966 

Bairro feliz – TV Globo – 1966

Chico City – TV Globo – 1976

Praça da Alegria – TV Globo – 1977

Viva o Gordo – TV Globo – 1981

Chico Total – TV Globo – 1981

Alegria 81 – SBT – 1981

Alegria 82 – SBT – 1982

Feira do Riso – SBT – 1982

Show do Riso – SBT – 1983

FacebookTwitterGoogle+

Nádia Maria, a primeira imitadora

Nadia_Maria2P

Nome completo: Leda Soares Gama
Nasceu em 07/10/1931 – Recife – PE
Faleceu em 16/02/2000 – Rio de Janeiro – RJ

Nádia Maria tinha três anos de idade quando foi de Pernambuco para o Rio de Janeiro, acompanhando a mudança dos pais.  Nessa época era ainda era a Ledinha, a menina que costumava imitar a atriz Rita Hayworth nas aulas da Escola José Bonifácio e da Escola Orsina Fonseca, onde completaria o curso comercial, comum para as adolescentes do final dos anos 40. Mas seu sonho era ser cantora.
Foi com muito custo que seus pais aceitaram que fosse participar do concurso de novos talentos na Rádio Guanabara, embora este não fosse para canto e sim para locução e interpretação.Em meio a quase 600 concorrentes o nome de Nádia Maria [nome que resolveu adotar por considerar Leda “pouco artístico”] foi um dos aprovados juntamente com uma certa Fernanda Montenegro e um certo Francisco Anysio. Era o ano de 1948. Durante dois anos, Nádia Maria pertenceu ao elenco de radioatrizes da PRC-8. Em 1951 foi contratada pela Rádio Tupi, também como radioatriz, tendo estreado na novela O Verdadeiro Amor, de Castro Gonzaga.

Nádia revelação

Diário da Noite – 1951

Nádia Maria não demorou a se tornar a “bonequinha da Tupi”  – por causa da simpatia, do rosto de menina e dos seus 1,60 de altura – fazendo papéis de moça ingênua e apaixonada. E dado ao seu grande recurso vocal conseguia fazer voz de criança também. Aliás, não havia radioatriz que fizesse voz de menino como ela. Por isso, temendo que os ouvintes não acreditassem que era Nádia Maria quem fazia a tal voz, invariavelmente o locutor citava a participação do “garoto João” nos créditos finais do capítulo.
Nas radionovelas era comum Nádia Maria dividir o microfone com Nancy Wanderley, que além de radioatriz já era uma comediante conhecida. E quando Nancy precisou se ausentar do programa Aquela Casa De Família, de Haroldo Barbosa, foi Nádia quem a substituiu. Saiu-se tão bem nesse primeiro papel caricato que nunca mais a deixaram abandonar o humor.
Em 1954 surgiu seu primeiro personagem famoso: a Cozinheira Conceição, criado por Afonso Brandão, irmão do comediante Brandão Filho. O programa ficou três anos em cartaz com muito sucesso no rádio do Rio, em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, indo depois para a televisão.

1956 Empregada Concecição

Revista do Rádio – 1956

Nádia Maria continuava fazendo radionovela, mas participava de praticamente toda a produção humorística da emissora, contracenando com Hamilton Ferreira, Wellington Botelho e Orlando Drummond. Os programas eram escritos por Castro Barbosa, Haroldo Barbosa, Afonso Brandão e Max Nunes. Os dois últimos, em 1956, criariam Marylinha uma super exótica crooner internacional e Margot Marly, a vedete-atriz que andava para cima e para baixo sempre acompanhada da mãe. Ambas fizeram enorme sucesso no programa Boate do Ali babá e os 40 Garçons, criação de Max Nunes.

Radiolândia - 1957

Radiolândia – 1957

Na mesma época, Nádia Maria foi contratada pelo Teatro Follies e iniciava uma carreira de sucesso também no teatro de revista. Em 1959 aconteceu algo raro em humor: Nádia Maria substitui Ema D’Ávila no papel de protagonista em Aí Vem Dona Isaura e o programa permaneceu com o mesmo sucesso anterior. Nádia Maria chegou a ter, simultaneamente, dois programas seus em que pôde mostrar várias facetas: apresentadora, entrevistadora, cantora e, claro, comediante. Detalhe: nos intervalos, ela enveredava pela publicidade, cantando jingles. Na década de 60, além de alternar idas e vindas nas emissoras de tevê, Nádia Maria dedicou-se simultaneamente ao rádio, teatro, boate e teatro de revista, fazendo sucesso em trabalhos como Chez Copacabana e Como Matar um Playboy, Já em cinema, estrelou É a Maior, ao lado de Sônia Mamede, e Virou Bagunça, com a participação de Chacrinha. O que sempre marcou a carreira humorística de Nádia Maria era a sua facilidade em imitar personalidades. Ela foi, sem dúvida, a primeira mulher a fazer sucesso com imitação em rádio e tevê. Imitava Hebe Camargo, Dercy Gonçalves, Inezita Barroso, Maysa, Emilinha Borba, Marlene, Ângela Maria… E também as atrizes Jayne Mansfield, Brigite Bardot, Marlene Dietrich e Marilyn Monroe para não ficar somente no âmbito nacional. Conseguia imitar, inclusive, personalidades masculinas como Carlitos e o deputado Tenório Cavalcanti (enfocado no filme O Homem da Capa Preta).

Nádia Maria imita Brigitte Bardot e Carlitos

Nádia Maria imita Brigitte Bardot e Carlitos

Porém, nem sempre suas imitações e caricaturas agradavam os homenageados. A vedete Virgínia Lane, no auge da fama, foi à imprensa reclamar da brincadeira. Pior ainda aconteceria com outra vedete: Vanja Orico. Nádia imitara Vanja Orico numa situação em que a vedete participara ao vivo de um programa na tevê e errara todas as cenas.

Revista do Rádio  1958

Revista do Rádio 1958

O pai da vedete, que além de bravo era deputado, foi pessoalmente à emissora tirar satisfações com a humorista.

Nádia x Vanja

Curiosamente, foi com base na imitação que Nádia Maria fez seus últimos trabalhos em tevê na Escolinha do Professor Raimundo, da TV Globo com as caricaturas Marta Suplício (para deixar Marta Suplicy morta de raiva), Maria da Recessão Colares (a economista Maria Conceição Tavares) e Célia Caridosa de Melo.

NDIA_M~1

 

Jornal do Brasil 13/01/1991

Jornal do Brasil 13/01/1991

Jornal do Brasil 26/01/1992

Jornal do Brasil 26/01/1992

Seu último trabalho artístico foi na peça O Rio Que Sempre Riu, em 1998.

 PRINCIPAIS TRABALHOS EM HUMOR NO RÁDIO E NA TELEVISÃO:

Aquela Casa de Família – Rádio Tupi – 1952

Um Dia na Feira – Rádio Tupi – 1952

Rua da Alegria – Rádio Tupi – 1952

Aquela Casa de Família – Rádio Tupi – 1952

A Cozinheira Conceição – Rádio Tupi – 1954

Hotel Da Sucessão – Rádio Tupi – 1955

Marmelândia – RádioTupi – 1955

O Cruzeiro - 1959

O Cruzeiro – 1959

Uma Pulga Na Camisola – Rádio Tupi – 1955

Boate do Ali Babá e os 40 Garçons – Rádio Tupi – 1956

A Cozinheira Conceição – TV Tupi – 1956

Sequência G3 – Rádio Tupi – 1956

Espetáculos Tonelux  – TV Tupi – 1956

Em Casa De Família De Todo O Respeito – Rádio Tupi – !957

Boate do Ali Babá e os 40 Garçons – TV Tupi – 1957

A Cozinheira Conceição – TV Itacolomi – 1957

Boate do Ali Babá – Rádio Mayrink Veiga – 1958

A Cidade Se Diverte – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1959

A Comédia Da Cidade – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1959

Gente Que A Gente Encontra – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1959

Aí Vem Dona Isaura – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1959

Nádia Maria Conta – TV Tupi – 1959

Nádia Maria Bolsinha de Valores – TV Tupi – 1959

Boate Casas Da Banha – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1960

Grande Show União – TV Record – 1960

Alarico Malassorte – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1961

Rua do Ri-Ri-Ri – Rádio Mayrink Veiga/Tupi – 1962

São Paulo Se Diverte – TV Excelsior – 1963

Espetáculos Tonelux – TV Excelsior – 1964

Viva O Vovô Deville – TV Excelsior – 1964

Times Square – TV Excelsior – 1964

Riso Sinal Aberto – TV Globo – 1968

Balança, Mas Não Cai – TV Globo – 1968

Pisulino – TV Tupi – 1970

UAU! – TV Globo – 1971

Chico City – TV Globo – 1973

Apertura – TV Tupi – 1980

Reapertura – TV Tupi – 1980

A Festa É Nossa – TV Globo – 1983

Humor Livre – TV Globo – 1984

Escolinha do Professor Raimundo – 1990

 

FacebookTwitterGoogle+